Também apontado com um nome para a posição de vice-prefeito na chapa de encabeçada pelo ex-procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar (sem partido), Tácio Melo não desconsidera a possibilidade, mas ressalta ser candidato a vereador pelo Podemos, partido que preside em Alagoas. Há dois anos, o seu nome ganhou o noticiário por causa de um vídeo, divulgado amplamente nas redes sociais, em que ele aparece discursando em tom de desabafo em frente à casa do senador Renan Calheiros (MDB). Devido ao momento atual, aquele episódio voltou à tona e há quem afirme ser um impeditivo ao seu nome na chapa majoritária. À Tribuna, Tácio Melo nega haver qualquer rescaldo de problema com líder do MDB e ressalta que nas conversas sobre a disputa de outubro, “nunca houve restrição a nome de vice”. Muito próximo ao prefeito Rui Palmeira (sem partido), ele também ressalta que a aliança não é necessariamente com o governador Renan Filho (MDB), mas sim, “em torno da candidatura de Alfredo Gaspar”. Tácio Melo também fala sobre a saída de Rui do PSDB e sobre a aliança dos tucanos com JHC (PSB).
Tribuna Independente – Seu nome é especulado para ser o vice na chapa encabeçada por Alfredo Gaspar à Prefeitura de Maceió. Em que pé isso está, houve conversas nesse sentido?
Tácio Melo – Hoje eu sou pré-candidato a vereador, temos um grupo pelo Podemos e acredito que conseguimos eleger ao menos três vereadores. Agora, vice é a última coisa que se define numa eleição, pois é fruto de composição. O Podemos é um dos partidos aliados ao prefeito Rui Palmeira e, consequentemente, à candidatura de Alfredo Gaspar. Só em agosto é que isso [nome do vice] será definido. Até hoje, o próprio Rui mesmo diz ‘o vice eu não sei, sei por especulações, só dessa forma’. A indicação do vice é do prefeito.
Tribuna Independente – Após essa união entre o prefeito e o governador, com seu nome ventilado como vice de Alfredo Gaspar, voltou a se falar sobre o episódio ocorrido na festa da vitória de reeleição de Rui Palmeira, em que o senhor teria ofendido o senador Renan Calheiros (MDB), e que isso seria um impeditivo ao seu nome. Ainda há algum rescaldo daquilo?
Tácio Melo – Se você olhar no vídeo que circulou nas redes sociais, quem fala o nome do Renan Calheiros não sou eu. Estávamos comemorando a vitória do Rui e quem fez a filmagem foi um amigo e não tinha teor de provocação. Mas não há, de forma alguma, problemas de minha parte com o senador. Sempre fiz as críticas de forma política. Pode verificar em entrevistas que concedi que sempre deixei frisado bem que meu problema com os Calheiros sempre foi político, nunca pessoal. O que ocorre hoje é que se fez uma aliança em torno do Alfredo Gaspar. Ele é o grande timoneiro dessa aliança, que tem como apoiadores o prefeito Rui Palmeira e o governador Renan Filho. Em outras vezes eu deixei claro, como no episódio da PRF [Tácio Melo foi cotado para assumir o comando da instituição], que ali faz parte do jogo político. O senador era presidente do Senado e não queria alguém do grupo adversário assumindo qualquer cargo de relevância. Ressalto que a indicação do vice é do Rui Palmeira e, a todo o momento, nas conversas, sempre se afirmou não haver restrição de nomes. Mas, independente de eu ser vice ou não, o Podemos estará com o Alfredo Gaspar nesta eleição pela aliança que temos com o prefeito e também pelo próprio nome do ex-procurador-geral de Justiça.
Tribuna Independente – Qual a sua avaliação sobre a saída do Rui do PSDB, que resultou na aliança com Renan Filho em torno da candidatura de Alfredo Gaspar, a base aliada foi pega de surpresa?
Tácio Melo – O nome do Alfredo Gaspar sempre foi muito bem visto por toda a base. Mesmo no Ministério Público, ele sempre teve gestos muito republicanos e sempre de união. Várias vezes o Ministério Público precisa ouvir o gestor para saber o que está acontecendo, pois não é fácil ser gestor. Ser gestor é tomar decisões que às vezes te deixa no limite do que poderia ou não fazer. O Alfredo sempre foi muito conciliador, sempre chamou para conversar e saber o que estava acontecendo. Sempre tentou mediar par ao bem da população, independente de cores partidárias, seja de Rui ou Renan Filho. No caso do bairro Pinheiro, ele logo tomou a frente e tentou intermediar Governo do Estado e Prefeitura. Acredito que a partir daí, ele foi criando, tanto de um lado como do outro, uma relação de confiança. Além disso, o Alfredo é um cara que entende de boa parte dos problemas de Maceió por sempre estar debatendo. Por isso eu repito, a aliança é em torno do nome do Alfredo. Se ele também conta com o apoio do governador, a gente não pode chegar para ele, que tomou uma decisão dificílima [sair do MPE] e dizer para negar este ou aquele apoio.
Tribuna Independente – E sobre a saída do Rui do PSDB?
Tácio Melo – Para mim, foi mais surpresa o Rui sair do PSDB do que apoiar o Alfredo Gaspar. O Rui tinha um apego grande ao partido, mas por ver os rumos que a legenda estava tomando, decidiu sair. O JHC [João Henrique Caldas], desde 2016, é nosso adversário político e o Rui sempre conversou com o Rodrigo [Cunha, senador e presidente do PSDB em Alagoas] para apoiar um nome do partido, que poderia ser até o próprio Alfredo Gaspar. Mas o Rodrigo já está fechado com a família Caldas desde 2016. Não sei quais são os compromissos que eles têm. Diga-se, a única divergência que temos com o senador Rodrigo é a relação dele com a família Caldas.
Tribuna Independente – A conta do Podemos é fazer três vereadores em Maceió?
Tácio Melo – Isso, três vereadores. Nós temos o Luciano Marinho, que já é vereador pelo Podemos; o Eduardo Canuto, que está vindo para o Podemos; e temos também vários nomes como o ex-vereador Jorge VI; Alan Balbino, ex-presidente da Câmara Municipal; Lucas Costa, Jônatas Omena, Pinto de Luna, Omar Coelho. É uma chapa forte e faremos, no mínimo, três vagas.
Fonte: Carlos Amaral / Tribuna Indnependente