Competições paradas, no futebol, no basquete, no voleibol, na Fórmula 1, em várias modalidades esportivas. No Brasil e em todo o mundo. A causa: a pandemia do coronavírus (Covid-19), que vem assolando o planeta e já matou mais de dez mil pessoas no mundo. Outras centenas estão infectadas. No Brasil, até essa sexta (20), o número chegava a 11 mortes. O medo de contrair o Covid-19 já fechou vários setores em todo o mundo: bares, restaurantes, academias, mercados, cinemas, teatros, parques, igrejas… Com o e Competições paradas, no futebol, no basquete, no voleibol, na Fórmula 1, em várias modalidades esportivas. No Brasil e em todo o mundo. A causa: a pandemia do coronavírus (Covid-19), que vem assolando o planeta e já matou mais de dez mil pessoas no mundo. Outras centenas estão infectadas. No Brasil, até essa sexta (20), o número chegava a 11 mortes. O medo de contrair o Covid-19 já fechou vários setores em todo o mundo: bares, restaurantes, academias, mercados, cinemas, teatros, parques, igrejas… Com o esporte não seria diferente. A Fifa cancelou competições como Eurocopa, Copa América. A CBF suspendeu os Campeonatos Brasileiros, a Copa do Brasil. Copa do Nordeste e Estaduais também foram paralisados. Em Alagoas, do mesmo jeito: a Federação Alagoana de Futebol (FAF) suspendeu o Campeonato Alagoano e as competições da base.

A Gazetaweb ouviu cronistas esportivos, torcedores e dirigentes para saber o que eles pensam sobre essa paralisação nunca vista no meio esportivo. Quem são os maiores prejudicados?

Comentarista do Timaço da 98,3 FM, Jorge Moraes considera que é um momento delicado e não crê, pelas últimas informações oficiais, que haja uma solução rápida, mesmo com as medidas que estão sendo tomadas.

“O povo é terrível e não colabora muito para melhorar. Com isso, o futebol em Alagoas não vai voltar tão cedo. Acho até que esse campeonato não termina. Será passada uma borracha, não cai ninguém, não terá a 2ª divisão e, em 2021, voltam todos. Pode até acontecer também com a própria Copa do Nordeste. Acho complicado, mas é o que deve ser feito. Não ter jogos é ruim, mas pior é a situação, que deve se agravar em abril”.

Moraes sugere que CSA e CRB, nos bastidores, já deveriam estar contratando ou conversando com seus reforços para o futuro. “Mesmo que ninguém saiba qual será. Isso sem falar nos prejuízos financeiro e técnico dos clubes”, completou. sporte não seria diferente.

Antônio Torres, também comentarista do Timaço da 98,3 FM, lembrou que estamos vivenciando um problema inédito. “Eu tenho mais de 50 anos na crônica esportiva e nunca presenciei um fato como esse. Campeonatos paravam por questões jurídicas, mas por questões de saúde, para preservar vidas é a primeira vez”, afirmou.

Para ele, todos perdem com isso. “Estávamos na reta final da 1ª fase do Alagoano e, claro, é um transtorno, mas é uma questão de preservar vidas. E a a gente não pode ficar de fora desse contexto”, opinou. “Perdemos todos nós, mas os maiores prejudicados são os clubes pequenos porque não têm reserva financeira, à exceção do Coruripe, que participou da 1ª fase da Copa do Brasil e colocou uma verba em caixa. Mas os demais não têm outra fonte de renda. Esse segmento do futebol deve ser olhado com um pouco mais de atenção. A CBF publicou, semana passada, o lucro dela de quase R$ 1 bilhão. Então, uma entidade que promove o futebol brasileiro deveria olhar para esses clubes e as federações deveriam interferir, pedir apoio para eles”, disse.

Segundo ele, CSA e CRB têm uma expectativa para o 2º semestre, sobretudo com a participação de ambos na Série B. “Em relação ao Estadual, pela dimensão do problema, é bem provável que não seja concluído, porque seria alongar contratos de atletas e isso fica complicado”, lembrou.

Ele disse que quanto aos torcedores é cada um, individualmente, preservar sua saúde, mas que eles sentem falta do futebol. “Mas nós, comentaristas, repórteres, narradores, temos que nos preservar, principalmente nós que estamos na terceira idade. E também não podemos colocar a vida de outras pessoas em risco”. Ele citou, ainda, os ambulantes: “O pessoal da economia informal que fica no Rei Pelé, também vai ficar prejudicado com essa parada”.

Torcedora do CSA, Djane Ramos dos Santos sempre vai com a família aos jogos do Azulão no Rei Pelé. Sobre esta paralisação, ela considera necessária e explica: “Amo futebol e sou uma torcedora assídua, mas esta medida se faz necessária. Diante deste cenário de pandemia, deixamos a nossa paixão nacional (o futebol) em segundo plano, pois este momento é hora de todos aderirmos à reclusão social em prol de um bem maior que é a nossa vida e de nosso semelhante”.

Leonardo Souza, torcedor do CRB, pensa como Djane e diz que a pausa é mais que necessária. “O Brasil está parando e, assim, o futebol deve parar também. O CRB deve fazer a sua parte fora dos campos, como está fazendo, disponibilizando o seu CT, para o Governo do Estado. São ações como esta que nos fazem acreditar que não é só futebol”, opinou.

Para os clubes alagoanos, o cenário é o pior possível. Segundo o presidente do Conselho Deliberativo do CSA, Raimundo Tavares, esta parada prejudica financeiramente e fisicamente o clube. “Prejudica todo um planejamento, toda uma programação. Infelizmente temos que conviver com este problema que não é único e exclusivo nosso, é mundial. E temos que ter precaução e todo cuidado para minimizá-lo. Prejudica muito”, disse Tavares.

Fisicamente, todas as equipes perdem. Tendo em vista, as atividades que vinham sendo realizadas pelo Azulão, a perda é enorme já que o time disputava o Alagoano e o Nordestão. “Prejudica muito, pois entendo que estávamos em um processo de evolução na parte física e, com a parada, perdemos tudo isso. Estamos refazendo toda a programação física conforme os cuidados necessários com os atletas e colaboradores do nosso CT, no aguardo de termos uma solução o mais rápido possível”, encerrou Tavares.

Procurado, o CRB não quis entrar no tema financeiro e disse apenas que a nota oficial emitida na última terça (17) reflete a posição do clube. Na nota, o Galo disse que paralisou as atividades do futebol profissional por seis dias e da base até o dia 2 de abril, “visando seguir orientações dos órgãos desportivos e de saúde municipal, estadual e federal, onde adotamos medidas preventivas, que contribuam na redução dos casos de transmissão do Covid-19”.

Apesar disso, os grandes clubes alagoanos não devem sentir o “baque” inicialmente, haja vista que receberam cotas de participação no Nordestão e Copa do Brasil. O Regatas, por exemplo, até agora soma R$ 2,6 milhões apenas pela participação nas três primeiras fases do certame nacional. Segundo o gestor em marketing esportivo Ricardo Lima, o impacto nos dois clubes só deverá acontecer mais na frente. “Neste momento temos que reajustar tudo, claro que agora quem vai sofrer a pancada maior são os clubes de menor aporte financeiro. Dificilmente os maiores terão a queda neste primeiro momento devido ao modo que podem buscar receitas”, disse o gestor.

Ele revela uma maneira de os clubes “driblarem” este momento difícil. “Grandes clubes brasileiros já pensam em formas de como atrair os sócios, pensando nos principais clubes de Alagoas, utilizando a imagem dos atletas aproximando da realidade que vivemos no Estado, falando sobre os cuidados e orientações, entre outras maneiras”, disse Lima.

Por Jean Nascimento e Fernanda Medeiros 21/03/2020 12h30
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Vazio: é assim que ficará o Estádio Rei Pelé nos próximos dias sem competições
FOTO: José Feitosa – Arquivo Gazeta
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Competições paradas, no futebol, no basquete, no voleibol, na Fórmula 1, em várias modalidades esportivas. No Brasil e em todo o mundo. A causa: a pandemia do coronavírus (Covid-19), que vem assolando o planeta e já matou mais de dez mil pessoas no mundo. Outras centenas estão infectadas. No Brasil, até essa sexta (20), o número chegava a 11 mortes. O medo de contrair o Covid-19 já fechou vários setores em todo o mundo: bares, restaurantes, academias, mercados, cinemas, teatros, parques, igrejas… Com o esporte não seria diferente.

A Fifa cancelou competições como Eurocopa, Copa América. A CBF suspendeu os Campeonatos Brasileiros, a Copa do Brasil. Copa do Nordeste e Estaduais também foram paralisados. Em Alagoas, do mesmo jeito: a Federação Alagoana de Futebol (FAF) suspendeu o Campeonato Alagoano e as competições da base.

A Gazetaweb ouviu cronistas esportivos, torcedores e dirigentes para saber o que eles pensam sobre essa paralisação nunca vista no meio esportivo. Quem são os maiores prejudicados?

Comentarista do Timaço da 98,3 FM, Jorge Moraes considera que é um momento delicado e não crê, pelas últimas informações oficiais, que haja uma solução rápida, mesmo com as medidas que estão sendo tomadas.

“O povo é terrível e não colabora muito para melhorar. Com isso, o futebol em Alagoas não vai voltar tão cedo. Acho até que esse campeonato não termina. Será passada uma borracha, não cai ninguém, não terá a 2ª divisão e, em 2021, voltam todos. Pode até acontecer também com a própria Copa do Nordeste. Acho complicado, mas é o que deve ser feito. Não ter jogos é ruim, mas pior é a situação, que deve se agravar em abril”.

Moraes sugere que CSA e CRB, nos bastidores, já deveriam estar contratando ou conversando com seus reforços para o futuro. “Mesmo que ninguém saiba qual será. Isso sem falar nos prejuízos financeiro e técnico dos clubes”, completou.

Comentarista do Timaço da 98,3 FM, Torres não acredita que o Campeonato Alagoano seja finalizado ainda neste ano
FOTO: Gilberto FARIAS – ARQUIvo gazeta
Antônio Torres, também comentarista do Timaço da 98,3 FM, lembrou que estamos vivenciando um problema inédito. “Eu tenho mais de 50 anos na crônica esportiva e nunca presenciei um fato como esse. Campeonatos paravam por questões jurídicas, mas por questões de saúde, para preservar vidas é a primeira vez”, afirmou.

Para ele, todos perdem com isso. “Estávamos na reta final da 1ª fase do Alagoano e, claro, é um transtorno, mas é uma questão de preservar vidas. E a a gente não pode ficar de fora desse contexto”, opinou. “Perdemos todos nós, mas os maiores prejudicados são os clubes pequenos porque não têm reserva financeira, à exceção do Coruripe, que participou da 1ª fase da Copa do Brasil e colocou uma verba em caixa. Mas os demais não têm outra fonte de renda. Esse segmento do futebol deve ser olhado com um pouco mais de atenção. A CBF publicou, semana passada, o lucro dela de quase R$ 1 bilhão. Então, uma entidade que promove o futebol brasileiro deveria olhar para esses clubes e as federações deveriam interferir, pedir apoio para eles”, disse.

Segundo ele, CSA e CRB têm uma expectativa para o 2º semestre, sobretudo com a participação de ambos na Série B. “Em relação ao Estadual, pela dimensão do problema, é bem provável que não seja concluído, porque seria alongar contratos de atletas e isso fica complicado”, lembrou.

Ele disse que quanto aos torcedores é cada um, individualmente, preservar sua saúde, mas que eles sentem falta do futebol. “Mas nós, comentaristas, repórteres, narradores, temos que nos preservar, principalmente nós que estamos na terceira idade. E também não podemos colocar a vida de outras pessoas em risco”. Ele citou, ainda, os ambulantes: “O pessoal da economia informal que fica no Rei Pelé, também vai ficar prejudicado com essa parada”.

Torcedora do CSA, Djane Ramos dos Santos sempre vai com a família aos jogos do Azulão no Rei Pelé. Sobre esta paralisação, ela considera necessária e explica: “Amo futebol e sou uma torcedora assídua, mas esta medida se faz necessária. Diante deste cenário de pandemia, deixamos a nossa paixão nacional (o futebol) em segundo plano, pois este momento é hora de todos aderirmos à reclusão social em prol de um bem maior que é a nossa vida e de nosso semelhante”.

O CRB disponibilizou na tarde desta sexta-feira (20), o seu CT para utilização do poder público em prol dos cuidados contra o COVID-19
FOTO: Smack Neto
Leonardo Souza, torcedor do CRB, pensa como Djane e diz que a pausa é mais que necessária. “O Brasil está parando e, assim, o futebol deve parar também. O CRB deve fazer a sua parte fora dos campos, como está fazendo, disponibilizando o seu CT, para o Governo do Estado. São ações como esta que nos fazem acreditar que não é só futebol”, opinou.

Para os clubes alagoanos, o cenário é o pior possível. Segundo o presidente do Conselho Deliberativo do CSA, Raimundo Tavares, esta parada prejudica financeiramente e fisicamente o clube. “Prejudica todo um planejamento, toda uma programação. Infelizmente temos que conviver com este problema que não é único e exclusivo nosso, é mundial. E temos que ter precaução e todo cuidado para minimizá-lo. Prejudica muito”, disse Tavares.

Fisicamente, todas as equipes perdem. Tendo em vista, as atividades que vinham sendo realizadas pelo Azulão, a perda é enorme já que o time disputava o Alagoano e o Nordestão. “Prejudica muito, pois entendo que estávamos em um processo de evolução na parte física e, com a parada, perdemos tudo isso. Estamos refazendo toda a programação física conforme os cuidados necessários com os atletas e colaboradores do nosso CT, no aguardo de termos uma solução o mais rápido possível”, encerrou Tavares.

Tavares lamentou a paralisação do Estadual mas ressaltou o momento difícil vivido pelo mundo
FOTO: Cortesia
Procurado, o CRB não quis entrar no tema financeiro e disse apenas que a nota oficial emitida na última terça (17) reflete a posição do clube. Na nota, o Galo disse que paralisou as atividades do futebol profissional por seis dias e da base até o dia 2 de abril, “visando seguir orientações dos órgãos desportivos e de saúde municipal, estadual e federal, onde adotamos medidas preventivas, que contribuam na redução dos casos de transmissão do Covid-19”.

Apesar disso, os grandes clubes alagoanos não devem sentir o “baque” inicialmente, haja vista que receberam cotas de participação no Nordestão e Copa do Brasil. O Regatas, por exemplo, até agora soma R$ 2,6 milhões apenas pela participação nas três primeiras fases do certame nacional. Segundo o gestor em marketing esportivo Ricardo Lima, o impacto nos dois clubes só deverá acontecer mais na frente. “Neste momento temos que reajustar tudo, claro que agora quem vai sofrer a pancada maior são os clubes de menor aporte financeiro. Dificilmente os maiores terão a queda neste primeiro momento devido ao modo que podem buscar receitas”, disse o gestor.

Ele revela uma maneira de os clubes “driblarem” este momento difícil. “Grandes clubes brasileiros já pensam em formas de como atrair os sócios, pensando nos principais clubes de Alagoas, utilizando a imagem dos atletas aproximando da realidade que vivemos no Estado, falando sobre os cuidados e orientações, entre outras maneiras”, disse Lima.

Gestor em marketing esportivo, Ricardo Lima, ressaltou a dificuldade para os clubes pequenos se reestruturarem após a paralisação das competição
FOTO: Cortesia
Como bem disse ele, a realidade dos clubes do interior é dura. Todos os times da 1ª divisão do Estadual estão sofrendo. Em conversa com CEO, CSE, Murici e Jaciobá, o discurso é uniforme: “Temos prejuízos enormes com a paralisação do Alagoano, já que jogadores mantêm seus contratos, temos despesas no dia a dia que não foram suspensas. É uma situação muito complicada para nós do interior”.

Apesar da situação difícil, o vice jurídico e advogado do CSE, Zenício Neto, afirmou que o clube honrará com os compromissos até o fim do tempo vigente dos contratos, em 31 de março. “Estamos pensando em conversar com os atletas, fazer acordo, parcelar valores. Vamos tentar resolver”, disse o dirigente.

Realidade diferente dos outros três clubes do interior. O CEO, por exemplo, conta com gastos superiores à sua folha salarial. “Nossa folha gira em torno de 62 mil reais e nosso cálculo de prejuízo inicial é de 90 mil, pois esse valor sai e não entra”, revelou Henrique Martins, diretor financeiro do Tricolor.

A situação é ainda pior no Jaciobá, que não tem apoio da prefeitura e sobrevive de patrocínios e cotas da FAF. “Com a paralisação estamos perdendo em torno de 4 mil reais por semana. A situação para os times do interior é a mais caótica possível. Fizemos uma programação e agora fica difícil”, disse Xiribi, presidente do Jaciobá.

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Por Jean Nascimento e Fernanda Medeiros