O feriado prolongado com a família toda em casa se estendeu. É mais ou menos assim, que o especialista em finanças pessoais Reinaldo Domingos define este período de confinamento para combater a propagação do coronavírus. “Este pode ser um cenário desconhecido para muita gente, mesmo dentro da própria casa”, alerta.

– Tire suas dúvidas sobre o coronavírus no R7 –

A rotina frenética de traballho, estudos, academia e tarefas domésticas nem sempre permite às famílias um contato realmente próximo, como o destes últimos dias. Segundo Domingos, apesar de todos os dias passarem ao menos um tempo dentro de casa, “nem sempre estamos conectados neste ambiente”.

De acordo com o especialista, mais tempo em casa vai seguramente gerar um aumento no consumo de alguns itens como energia elétrica, água, internet, produtos de higiene e limpeza, e principalmente maior consumo de alimentos.

“Em casa o filho usará mais internet, assim como os pais para o trabalho, toma-se mais banhos, e também todas as refeições passam a ser dentro de casa, e isso acarretará um aumento em algumas contas”, comenta.

Para lidar com este novo cenário, o especialista dá algumas dicas de organização de rotinas e consequente de contas. “Começa um bom desafio para definir regras e em especial quando o trabalho está junto neste meio. Crianças devem estudar no mesmo horário, o trabalho também deve obedecer as rotinas anteriores”, recomenda.

Domingos explica que muitas famílias poderão ser impactadas em suas finanças com uma redução nos salários e para lidar com essa situação a palavra de ordem será a “sustentabilidade” das finanças. “É mais do que equilibro e do que a relação de custo versus benefício”, aconselha.

“É buscar a redução de todos os custos”, reforça. O especialista em finanças diz que é o momento de usar a luz do dia ao máximo, deixar as janelas abertas, reduzir o uso de aparelhos não essenciais como o ar condicionado.

Como o consumo de alimentos irá aumentar siginificativamente é hora de pensar em uma alimentação mais básica e menos elaborada. “Evitar utilizar produtos importados, pensar em trocar de marca, é necessário agir e cortar. Não pode fcar estático diante do desafio”, ressalta.

“Agora é hora de inteligência de sustentabilidade, fazer outras escolhas e encarar os sacrifícios, porque todos teremos, tanto quem tem muito dinheiro quanto para aquele que não tem”, analisa.

Comprar pela internet

O especialista explica que o momento da economia é complicado e afetará em maior ou menor grau a vida de todos. “Precisamos de uma economia de guerra para combater os custos em casa”, afirma.

Apesar de não poder sair para consumir, ele alerta para o fato de que muitas compras hoje podem ser feitas pela internet, e é aí que mora o perigo.

“Agora é hora de ter um cuidado redobrado com o teclado e o smartfone. Precisa ser muito bem analisado para não clicar por impulso”, reforça. Para ele, o momento é um puxão de orelha para a saúde e o dinheiro, “porque ninguém vive sem nenhum dos dois”.

Domingos afirma que haverá uma valoração do que realmente importa na vida, a família e as pessoas que amamos. “É o momento de conhecer seus pares, seus filhos, os pais, não precisa de luxo, não precisa de gastos, aquele hábito de consumo rotineiro, deve ser evitado”, diz.

Valorização da família

Domingos explica que a família estava em terceiro lugar tanto para os pais como para os filhos, porque todos tinham tarefas diárias como a escola, o trabalho, entre outras coisas. “Agora as pessoas precisarão viver em família, e essas relações vão nascer de novo”, comemora.

Ele vê com bons olhos este momento e afirma que “é um momento muito singular para o ser humano”. Segundo ele, o momento é de reflexão sobre a própria vida e seus propósitos. “É um grande desafio a ser vencido e temos que ter muita alegria também porque vamos enxergar melhor o que deve ser valorizado”, finaliza.

Mariana Ghirello, do R7