Diversos rumores sobre formas de aumentar a imunidade contra o coronavírus têm aparecido nas redes sociais, como doses de vitamina C, mel e gengibre.
Mas é importante destacar que nenhum deles tem eficácia compravada cientificamente contra a covid-19, e, de acordo com pesquisas, o uso indiscriminado dessas substâncias pode causar danos à saúde.
Exemplo disso é que um estudo publicado na sexta-feira (22) no jornal científico BMJ Nutrition, Prevention & Health indica que tomar altas doses de suplementos de vitamina D, além de não ajudar no combate à doença, causa um aumento do nível de de cálcio no sangue, o que pode ser perigoso.
O que funciona?
A imunologista Fátima Fernandes, coordenadora da Associação Brasileira de Alergias e imunologia, explica que a imunidade trabalha em duas frentes. A inata, que é defesa do corpo com a qual já nascemos e não pode ser alterada, e a adquirida, ou adaptativa, a que depende de fatores como alimentação e vacinas e pode ser melhorada.
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“Existem fatores que podem melhorar a imunidade, mas nada é milagre. O que sabemos é que, por exemplo, a nutrição afeta a imunidade. Então pessoas que se alimentam mal tem mais risco de ficar doentes”, afirma a especialista.
A outra forma de ganhar imunidade é por meio de vacinas, que obrigam o corpo a trabalhar e produzir imunoglobulinas, ativando o sistema de defesa.
Portanto, além da vacina contra a covid-19, que ainda está em fase de testes, uma forma comprovada para aumentar a imunidade é adotar uma dieta balanceada, com ingestão de alimentos que contenham a quantidade recomendada de vitamina, nutrientes, proteínas e minerais.
Shots de imunidade
Diversos youtubers, plataformas e inclusive médicos têm recomendados os chamados “shots” de imunidade contra a covid-19. Em sua maioria são remédios ou misturas de ingredientes que prometem aumentar a imunidade e prevenir doenças.
A especialista recomenda atenção a oportunistas que vendem esses produtos. “Não existe fórmula mágica. As pessoas têm várias recomendações, mas não há nada comprovado. A população tem que entender que pesquisa leva seu tempo. É necessário comunicar para evitar o oportunismo do pânico”.
Inclusive, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) interditou o exercício de profissionais que receitaram e aplicaram o soro de imunidade em pacientes com covid-19 em abril.
Para a especialista, o que resta é adotar ao máximo as medidas de proteção para evitar o contágio contra o coronavírus. Lavar as mãos, usar máscaras e evitar ao máximo sair de casa e ter contato com outras pessoas.
*Estagiário sob supervisão de Deborah Giannini
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FOTO: Arquivo/Pixabay