Há mais de 20 anos levando alegria aos pacientes de hospitais públicos, o Doutores da Alegria precisou se reinventar nesse período de pandemia do novo coronavírus. Os palhaços, presentes até nas UTIs, tiveram de sair fisicamente de cena, mas continuam atuando com o Delivery Besteirológico, que anima os pacientes via internet.
Em março, os médicos palhaços se viram obrigados a deixar os corredores dos hospitais. “Sempre trabalhamos com uma equipe multidisciplinar com artistas, enfermeiros, psicólogos que dão todo o apoio”, conta o diretor executivo do Doutores da Alegria, Luis Vieira da Rocha.
“Estávamos acostumados a entrar em áreas de isolamento, tomando todos os cuidados, brincar com pacientes atrás de vidros.” Mas com o coronavírus tudo foi diferente. Nem acompanhantes, nem palhaços podem circular pelos hospitais devido ao alto risco de contaminação. Os artistas, não muito ligados às novas tecnologias, tiveram de criar meios para continuar levando alegria aos pacientes, principalmente para as crianças.
Depois do primeiro impacto, o jeito foi replanejar as ações. O meio escolhido para continuar foi o vídeo. Os artistas passaram a trabalhar de casa e tinham como meta gravar vídeos com histórias, brincadeiras e musicalidade. Um comitê foi montado para avaliar os roteiros e encaminhar para a instituição mais adequada. Por semana, três vídeos são postados nas redes sociais.
“O resultado foi melhor do que o esperado”, avalia Rocha. Até o momento, o Delivery já ultrapassou 3,5 milhões de visualizações. Mas como ter certeza que esses vídeos foram assistidos pelos pacientes que estão internados nos hospitais?
O grupo contou com uma verdadeira força tarefa dos profissionais que estão atuando dentro das instituições de saúde. “Enfermeiros, médicos, assistentes, recebem os vídeos pelos grupos de Whatsapp e levam até os pacientes.” Como nem todos os hospitais possuem tablets, os profissionais usam os próprios aparelhos para levar alegria para quem está doente, principalmente para as crianças e familiares.
“Ainda sentimos com as pernas mancas e não vemos a hora de voltar para ver qual será a nova forma de agirmos, de ajudarmos os profissionais de saúde”, observa Rocha.
Além dos vídeos publicados nas redes sociais e daqueles enviados aos grupos de Whatsapp, os Doutores da Alegria também disponibilizam cartazes com QR Code para que familiares possam acompanhar um acervo com diferentes vídeos no Youtube.
R7.COM
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