O setor turístico realmente continua se movimentando e a cada boa notícia mais hotéis, pousadas e grandes empreendimentos, aliados a rede de serviços, como operadores turísticos e agências de viagens, colocam em movimento o motor de uma das mais importantes cadeias produtivas da economia brasileira. Dessa vez, uma nova pesquisa, elaborada através de uma iniciativa da HotelInvest, em conjunto com a Ommibees, a STR e o FOHB, chegou a conclusão de que hotéis com predominância de demanda regional, de acesso por carro e baixa dependência de eventos devem se recuperar primeiro dos impactos econômicos provocados pela pandemia do novo coronavírus.

A pesquisa, realizada em maio e lançada nos primeiros dias de junho, busca sinalizar ao mercado o potencial de ocupação e de diária média no setor ao longo dos próximos anos. O objetivo da publicação é fornecer às empresas hoteleiras informações que auxiliem as suas tomadas de decisões estratégicas.

A pesquisa, que na verdade se transformou em estudo, aponta que a recuperação do setor será lenta e gradual e dependerá, dentre outros fatores, do perfil do hotel e do destino de localização do empreendimento. Segundo algumas observações, o potencial de equilíbrio operacional estará mais claro a partir do último trimestre de 2020 para hotéis econômicos.

Mas para aqueles mais sofisticados, apenas em 2021. Alguns dados novos surgiram, como, por exemplo, em RevPAR, sigla em inglês para Receita por Quarto Disponível, a recuperação total se dará entre 2 anos até mais de 4 anos. Dessa forma, hotéis econômicos e midscale (aqueles que proporcionam um pouco mais de conforto) devem se recuperar mais rápido, em razão da menor dependência de eventos e da demanda internacional. Empreendimentos mais sofisticados devem levar mais um ano em comparação aos demais hotéis.

Segundo o levantamento, sinais de recuperação em curto prazo ainda são tímidos em todo o Brasil. Dados da Omnibees indicam leve crescimento das reservas nas últimas semanas de maio, em comparação às semanas mais críticas da pandemia. No entanto, o volume total ainda é mais de 80% abaixo de 2019. Em 2020, a ocupação média pode variar entre 27% e 35%, para os hotéis econômicos e entre 21% e 27%, para os hotéis mais sofisticados. Já a recuperação total de ocupação será, na melhor hipótese, em 2022 para a hotelaria econômica e em 2023 para os hotéis luxo.

Fonte: Tribuna Independente / Texto: Claudio Bulgarelli – Sucursal Região Norte