A Polícia Civil de Alagoas (PC/AL) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (29), uma operação para cumprir três mandados de busca e apreensão expedidos pela 2ª Vara Criminal da Capital, cujos alvos foram advogados que atuam nas cidades de Arapiraca e Coruripe. Eles são suspeitos de atrapalhar o cumprimento de mandados judiciais expedidos no Estado.

A investigação, que é coordenada pelo delegado Thiago Prado, designado em caráter especial pelo Delegado-Geral Paulo Cerqueira, visa desbaratar um esquema de uso indevido de senhas de acesso ao sistema do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), que vinha prejudicando o cumprimento de medidas judiciais sigilosas, como interceptações telefônicas e mandados de prisão.

Ao longo da investigação, em ambiente cibernético, foi possível detectar o envolvimento de advogados fazendo uso desse acesso indevido ao sistema, bem como o vazamento das informações para os réus, que acabavam se evadindo sem serem pegos pela polícia.

Por meio das investigações, os delegados constataram que os advogados haviam acessado 91 vezes as senhas de três defensores públicos do Estado de Alagoas, causando severo prejuízo a medidas judiciais em curso.

Os mandados desta operação foram cumpridos por equipes da Delegacia de Roubos da Capital (DERC), Asfixia e Operação Policial Litorânea (OPLIT), nos escritórios de advocacia, onde os policiais tiveram o acompanhamento de representantes da OAB/AL, Dr. Sílvio Arruda, Dr. Tasso Marques e Dr. César Filho.

A assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça informou que mantém contato com o presidente da Corte, desembargador Tutmés Airan, a fim de saber qual o posicionamento que será adotado.

A reportagem também entrou em contato com a assessoria da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB/AL). “Informamos que a OAB-AL está ciente e acompanhando o desfecho da operação deflagrada hoje. Em breve, divulgamos a nota”.

Por Jobison Barros | Portal Gazetaweb.com

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