O Programa Consultório na Rua, composto por profissionais da Atenção Básica do Município que tem o objetivo de ampliar o acesso da população em situação de rua à Saúde, teve duas experiências selecionadas para participar do Prêmio Atenção Primária (APS) Forte no SUS – No combate à Pandemia. A premiação é promovida pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Pan-Americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS).

O Prêmio busca estimular o debate e a divulgação de ações inovadoras desenvolvidas na Atenção Primária relacionadas ao combate à pandemia de Covid-19. Nesta primeira fase, os trabalhos selecionados farão parte de debates virtuais, mas, após a pandemia, o Ministério da Saúde e a Opas/OMS promoverão a seleção e o reconhecimento público das experiências bem-sucedidas.

“É o reconhecimento de um trabalho que vem sendo realizado pelas equipes que procuram ampliar o acesso da população de rua aos serviços de saúde, oferecendo atenção integral a essa população”, destaca Jorgina Sales, coordenadora do Consultório na Rua.

O primeiro trabalho selecionado é o “Interprofissionalidade e práticas colaborativas no enfrentamento à pandemia no contexto de rua”, escrito pela enfermeira Heloísa Wanessa Araújo Tigre, com coautoria de José Leandro Ramos de Lima, Andrielly de Souza Oliveira e Jorgina Sales.

Esse relato teve como objetivo descrever a experiência do trabalho interprofissional e das práticas colaborativas no cenário das Equipes de Consultório na Rua, a partir da vivência dos residentes de enfermagem em saúde mental, especialmente no contexto da pandemia.

A experiência relatada no trabalho está sendo desenvolvida, diariamente, ao longo de três meses, o que favorece a aproximação e o vínculo com equipes, gestão e usuários. As atividades envolvem uma conexão entre saúde mental e atenção básica reafirmando a efetividade de um fazer integrado.

O segundo trabalho selecionado é o “(Sobre) viver em situação de rua em tempos de pandemia”, de autoria da enfermeira Flaviane Belo, com coautoria de Raquel dos Santos, Isaac Bittencourt Batista e Jorgina Sales. Esse relato de experiência busca trazer estratégias de prevenção, cuidado, promoção de cidadania e direitos humanos e sociais realizadas pelas equipes de Consultório na Rua para lidar com as adversidades provocadas por viver na rua em tempos de Covid-19.

“A população em situação de rua tem dificuldades de acessar seus direitos humanos e sociais, ficam expostos às alterações climáticas, violência, fome, sofrem estigmas e racismo, reflexo de uma sociedade desigual e excludente. A equipe de Consultório na Rua tem como campo ocupacional a rua para a ofertar cuidados de saúde, tendo como desafios o contexto de extrema pobreza, risco social e respeito a autonomia do sujeito. A pandemia por Covid-19 favoreceu o processo de mudanças e ressignificados no modo de ser e ver o mundo e adequação do fazer profissional”, diz Flaviane.

Debates virtuais

Nesta quinta-feira (30), às 17h, ocorre um dos primeiros debates virtuais relacionados à premiação e tem como tema “Reorganização da Rede de Atenção Primária para o enfrentamento da Covid-19”. O encontro tem como convidados Jorgina Sales, Marcelo Pedra, representante da Estratégia de Saúde Mental em Goiás, e João Gabriel Mazzon, representando a Reoganização de Saúde Bucal em Araçatuba (MG).

A transmissão terá como moderadora Mónica Padilla, coordenadora de Capacidades Humanas e Sistemas de Serviços de Saúde da Opas/OMS Brasil, e como debatedor, Alexandre Trino, representante da Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro.

Os interessados podem acompanhar o debate pelo Facebook ou pelo site: www.apsredes.org e enviar perguntas pelo: www.apsredes.org/participe.

Por Jobison Barros com informações da assessoria \ GAZETAWEB.COM

FOTO: Pei Fon / Secom Maceió