O estaleiro citado na 72ª Fase da Operação Lava Jato, denominada “Navegar é Preciso” foi anunciado que seria construído em Alagoas no ano de 2009. Na época, o empreendimento era considerado o maior estaleiro da América Latina, em uma parceria entre o Governo do Estado e o empresário Germán Efromovich, presidente do Synergy Group.
O Estaleiro Eisa Alagoas seria construído no município de Coruripe e as obras estavam programadas para começar ainda em 2010, gerando mais de 4.500 empresas, conformes notas oficiais publicadas pelo Governo do Estado, o que significaria uma virada na economia alagoana. Mas obras, entre entraves de licenças ambientais e outras discussões políticas, nunca saiu do papel.
O anúncio de empreendimento em Alagoas gerou o investimento de muitas empresa para fazer a especialização de muito obra de jovens e outros trabalhadores, assim como da comerciantes locais do município de Coruripe e cidades vizinhas, que se preparam para receber a grande movimentação.
Esquema investigado pela PF
De acordo com a Polícia Federal, existe a suspeita de corrupção e lavagem de dinheiro, que teriam sido praticados no contexto de licitação e celebração de contratos de compra e venda de navios celebrados pela Transpetro com o Estaleiro, no âmbito do PROMEF, que era o programa do Governo Federal para a reestruturação da indústria naval brasileira.
A PF identificou um pagamento de R$ 857 milhões de vantagem indevida por parte dos investigados relacionados ao ESTALEIRO para ocupante de alto cargo na TRANSPETRO à época, em troca do favorecimento e direcionamento do Estaleiro em licitação para celebração do contrato milionário, para a construção e fornecimento de navios, dentre eles aqueles do modelo PANAMAX.
Tal contratação teria sido feita, inclusive, desconsiderando estudos de consultorias que apontavam que o ESTALEIRO em comento não teria as condições técnicas e financeiras adequadas para a construção dos referidos navios.
Por meio de medidas de engenharia societária, confusão entre personalidades jurídicas e físicas dos investigados e das suas empresas, bem como pela confusão gerencial dos alvos relacionados ao ESTALEIRO na administração das empresas do Grupo, observaram-se indícios de lavagem de dinheiro, ocultação e blindagem do patrimônio, dificultando o seu rastreamento e inviabilizando a possibilidade de que os credores tenham acesso ao mesmo para satisfazerem seus créditos.
A TRANSPETRO totalizou seus prejuízos em valores históricos, relativos aos referidos contratos de construção de navios e chegou à assombrosa soma de R$ 611.219.081,49.
O nome da operação remete à célebre frase: “Navegar é preciso, viver não é preciso”, do General Romano Pompeu, durante a expansão econômica e territorial de Roma, vez que, no presente caso, a partir da licitação e do contrato de compra e venda dos navios, teria sido engendrado todo o esquema para o desvio dos recursos públicos da TRANSPETRO e pagamento das vantagens indevidas.
CADA MINUTO \ Redação