O Governo de Alagoas investirá R$ 1,5 milhão na execução do Programa Estadual de Barragens Subterrâneas, que tem o objetivo de capturar, armazenar e proporcionar o acesso à água para o consumo humano, animal, irrigação e segurança alimentar no semiárido. O recurso foi solicitado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Semarh – e aprovado na última Reunião Ordinária do Conselho Integrado de Políticas de Inclusão Social – Cipis –, órgão responsável pela gestão e acompanhamento dos recursos do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza – Fecoep.
O prazo de execução do programa é de 15 meses. “O próximo passo é elaborar o termo de referência para contratação de uma empresa que fará a execução dessas barragens, o que deve começar no início do ano que vem. A estimativa é de construir 60 barragens subterrâneas com esse orçamento aprovado, mas o projeto completo prevê 200 e nós ainda vamos atrás de recursos”, afirma o secretário executivo de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Pedro Lucas.
O Programa Estadual de Construção de Barragens é o resultado de um amplo processo de discussão provocado pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Alagoas – Faeal –, que envolveu agentes públicos e instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa – e o Sebrae. A estimativa é de que 465 famílias de comunidades rurais, residentes nas regiões mais secas do estado, sejam beneficiadas. A ideia nasceu a partir de um projeto-piloto do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar Alagoas – em parceria com o Sebrae, no município de São José da Tapera.
“Percebemos que a barragem subterrânea é uma tecnologia barata e capaz de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do Estado. Em seguida, procuramos a Embrapa e descobrimos que havia um estudo em andamento, capaz de indicar as áreas mais propícias para a construção. A pesquisa corria o risco de interrupção, por conta do corte de verbas do Governo Federal, e nós articulamos o apoio do Sebrae para a conclusão do mapeamento. Paralelamente, provocamos as instituições e agentes públicos para a construção de um grande programa capitaneado pelo governo”, relembra o presidente da Faeal, Álvaro Almeida.
Propositora da sessão especial que levou o tema à Assembleia Legislativa e autora de uma indicação para que o Estado empreendesse esforços na promoção, construção, funcionamento e manutenção de barragens subterrâneas na região do semiárido alagoano, a deputada estadual Fátima Canuto comemora a liberação de recursos para o programa de barragens. “Fico muito feliz e satisfeita quando vejo que nossa indicação deu certo e que vai beneficiar as famílias, assim como o nosso Estado. O meu papel enquanto parlamentar é esse: criar ações que possam transformar a vida das pessoas positivamente “, comenta.
Mapeamento
O mapa de áreas potenciais, elaborado pela Embrapa Solos e que fundamenta o programa de construção de barragens subterrâneas, faz de Alagoas o primeiro estado do semiárido brasileiro a realizar este tipo de zoneamento. Mais de 12 mil km² foram mapeados, a partir de uma análise multicritério, com cruzamento dos parâmetros solo, clima, relevo e geologia. Para aferir as informações do mapa, os pesquisadores fizeram expedições de validações em campo, por microrregião. O trabalho contou com a participação de agentes de desenvolvimento e agricultores locais.
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FOTO: Tasso Ramon