Ministério da Saúde (MS) abriu a consulta pública que buscará contribuições para a proposta de atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Esclerose Múltipla, a consulta foi aberta no dia 27 de outubro e se encerra na próxima segunda-feira (16) de novembro. Para falar sobre a importância desse processo, o TH Entrevista conversou com a presidente da Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Alagoas (Apemal), Sabrina Lima.

Ao TH Entrevista, Sabrina disse que o processo não é apenas importante para os portadores da esclerose múltipla, mas também para toda sociedade.

“É um assunto de grande relevância para todo o país. São pacientes que precisam ser assistidos – é uma patologia de alto custo onde todos os pacientes precisam e tem direito de serem assistidos pelo Estado”, comenta Sabrina Lima.

Sabrina lembra ainda que a consulta fica aberta por 20 dias e que vários profissionais podem contribuir para trazer melhorias para os pacientes não apenas os da área de saúde.

“Ela é importante para toda classe médica, de enfermagem, fisioterapeutas e demais profissionais da saúde. Todo mundo pode contribuir desde que seja pautado. Não só os profissionais da saúde, mas também cuidadores, familiares e próprios pacientes que tenham o conhecimento sobre a doença e os cuidados que é necessário ter’’.

A presidente da Apemal ressalta que em Alagoas são 172 pacientes, que é considerado um número grande para o estado, já que é uma doença rara. “A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) está abrindo essa janela para a gente entender como o SUS [Sistema Único de Saúde] funciona e como esses medicamentos chegam às nossas casas. O número de pacientes é elevado por aqui, e por isso temos que ficar atentos nos cuidados já que o Nordeste é uma região quente e na maioria das vezes os portadores da doença são caraterísticos de regiões mais frias’’.

Sabrina também explicou que a doença pode nem apresentar sintomas por muito tempo e que às vezes o diagnóstico não é descoberto de imediato.

“É uma doença em que o sistema imunológico destrói a cobertura protetora de nervos. Na esclerose múltipla, as lesões nos nervos causam distúrbios na comunicação entre o cérebro e o corpo e causa muitos sintomas diferentes, entre eles perda da visão, dor, fadiga e comprometimento da coordenação motora. Os sintomas, sua gravidade e duração variam conforme a pessoa. Alguns indivíduos podem não apresentar sintomas por quase toda a vida, enquanto outros têm sintomas crônicos graves que nunca desaparecem. Por isso, é importante uma orientação multidisciplinar que é como a Apemal vem colaborando. O tratamento deve ser feito com fisioterapia e medicamentos que suprimem o sistema imunológico e podem ajudar a combater os sintomas e retardar a progressão da doença. Para se ter uma ideia, tem medicamento que chega a custar R$ 30 mil. E os portadores têm o direito do tratamento totalmente gratuito, inclusive atualmente eles não precisam se dirigir até a farmácia do governo para pegar a medicação, ela é entregue em casa’’, explica Sabrina Lima.

As contribuições a serem apresentadas na consulta pública deverão estar “devidamente fundamentadas”. A documentação relativa à consulta e o endereço para envio de contribuições estão à disposição dos interessados no endereço eletrônico http://conitec.gov.br/consultas-publicas.

Fonte: Tribuna Independente / Lucas França

(Foto: Arthur Melo)