Quase 600 mil maceioenses (592.388, sendo mais preciso) estão convocados, novamente, a comparecerem às urnas, neste domingo (29), para escolher quem vai comandar a capital alagoana pelos próximos quatro anos. Os eleitores têm dois projetos para escolher: um que representa o continuísmo e outro, a mudança. Numa das eleições mais acirradas que Maceió já viveu, o apelo dos candidatos é para que a massa não desanime e vote neste segundo turno.

Cinco juízes, além de promotores eleitorais, 5.600 mesários e uma enorme equipe técnica de suporte estão mobilizados para o dia da votação. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas concluiu, no começo da semana, a preparação dos terminais receptores dos votos e, nesse sábado (28), fez a distribuição para as 1.418 seções, divididas em quatro zonas eleitorais aqui na capital.

O eleitorado de Maceió representa 26% do total do Estado, conforme estatística da Justiça Eleitoral. As regras que nortearam o primeiro turno permanecem neste segundo. Uma série de medidas foi adotada para evitar a propagação do coronavírus, incluindo a ampliação do horário de votação (das 7h às 17h), o que inclui o uso obrigatório de máscara e a higienização das mãos com álcool em gel, disponível em todas as seções.

Até as 10h, haverá uma preferência de voto, nas sessões eleitorais, às pessoas com idade acima de 60 anos. Isto não quer dizer que os demais eleitores estejam impedidos de comparecer neste intervalo de tempo.

Ao sair de casa para votar, o eleitor deve levar um documento oficial com foto, que pode ser a carteira de identidade, passaporte, carteira de categoria profissional reconhecida por lei, certificado de reservista (para homens), carteira de trabalho ou carteira nacional de habilitação. O documento será apresentado ao mesário para identificação do eleitor, tendo em vista que, este ano, a biometria não será utilizada. Se puder, leve uma caneta para assinar o caderno de votação.

Não deve esquecer o título de eleitor, já que nele constam informações sobre a zona e a seção eleitoral. O aplicativo e-Título no Smartphone ficou disponível em lojas virtuais, até a noite desse sábado (detalhe importante). Por este dispositivo, também será possível fazer a justificativa de ausência. Segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Alagoas, a justificativa também poderá ser feita pelo app até 60 dias após a eleição, assim como nas centrais de atendimento da Justiça Eleitoral. Quando este prazo expirar e o eleitor não justificar, pagará uma multa de R$ 3,50 por cada turno não votado.

No primeiro turno, um problema no computador utilizado para a transmissão dos votos causou lentidão na divulgação da apuração. Após a eleição de 2018, a totalização é de responsabilidade do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e não mais dos TREs. Se a dificuldade não se repetir, há uma expectativa de o resultado em Maceió ser proclamado até as 22h.

O desembargador-presidente do tribunal de Alagoas, Pedro Augusto Mendonça de Araújo, informou que, no dia 15 de novembro, mais de 94% dos boletins de urnas tinham sido enviados ao TSE até as 23h30.

“Ocorre que o sistema apresentou diversas instabilidades, muito bem reportadas pelo Exmo. Sr. Ministro Barroso, quando apresentou os problemas relativos à inteligência de máquina do supercomputador da Oracle contratado pelo TSE. Esse foi um dos pontos de embate no dia 15. Para além, o e-título, como com problemas em sua arquitetura para suportar a demanda, apresentou inconsistências que dificultaram aos eleitores a identificação dos novos locais de votação em virtude da Transferência Temporária de Eleitor. Isso demandou forte suporte por parte de nossas equipes”, detalhou o presidente.

Para piorar, segundo ele, foram registrados problemas na carga das mídias em cerca de 100 urnas do interior e 150 da capital. “Isso gerou como resultado a necessidade de se redimensionar a logística. Nesse tema, o próprio TSE apontou para dois fatos: falha humana durante a geração de mídias ou volume menor de testes nos últimos simulados que não representaram as falhas de software encontradas, o que pode ser de maior representatividade em nosso TRE, cujo parque possui 64% das urnas do ano de 2009 e mídias verdes, as mais antigas. Não ficamos sós nesse problema, já que uma dezena de tribunais no País incidiram nesse fato, dentre eles o de São Paulo”.

Ele completa que o TRE de Alagoas não foi o último do Brasil a totalizar os votos no primeiro turno e, apesar dos percalços, diz que confia na equipe e acredita que, com as medidas adotadas posteriormente, as falhas não devem se repetir.

“Providenciamos a melhoria do recolhimento das mídias, o que foi determinado à empresa terceirizada, que contribui, também, para a delonga no recolhimento; criamos o núcleo avançado de suporte à totalização; e determinamos a melhoria e expurgo de mídias antigas na nova preparação das urnas. Nossa equipe evoluiu e evoluirá muito. Neste segundo turno, superaremos as dificuldades internas, confiando, também, em melhorias no sistema de totalização”, destacou o presidente.

Por Thiago Gomes | Portal Gazetaweb.com
FOTO: AILTON CRUZ