Maceió entrará para a história da medicina na próxima quarta-feira (16) ao ser a primeira cidade do Brasil a realizar uma cirurgia de modulação de contração. Voltado para pacientes com insuficiência cardíaca, o inovador procedimento para ajustes de batimentos cardíacos passou a ser compartilhado no mundo como uma importante ferramenta na luta contra a insuficiência cardíaca, esta que é via final da cardiopatia e considerada um grave problema de saúde pública.

O primeiro paciente crônico a receber a modulação de contração no Brasil é um homem de 50 anos e a cirurgia será realizada na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. O procedimento será comandado pelo experiente médico cardiologista Edvaldo Xavier e vai contar ainda com auxílio de um técnico dos Estados Unidos. Ao todo, seis pessoas, entre cirurgiões, técnicos e assistentes, devem participar da cirurgia.

“É um tratamento para quem está no limite aguardando, sem nenhuma previsão, nas filas por um transplante, que infelizmente todos sabem não ser fácil de conseguir. O modulador melhora consideravelmente a condição do paciente, que sai do estado de insuficiência cardíaca e passa a ter melhor qualidade de vida”, explicou Edvaldo Xavier.

Em entrevista ao TNH1, o cirurgião contou ainda da torcida para que o procedimento seja adotado no futuro pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A insuficiência cardíaca é um problema de saúde pública e é preciso popularizar esse procedimento para chegar a cada vez mais pacientes de todo o Brasil, que terão melhores condições de vida a partir da realização da cirurgia”, acrescentou.

O modulador de contração, segundo o especialista, é semelhante ao marcapasso, sendo diferenciado pelas melhorias possibilitadas pela tecnologia.

“Imagine uma pessoa que usa uma perna mecânica, ela tem sua eficiência. Mas uma perna mecânica e biônica, isto é, um equipamento programado, tem um desempenho muito superior”, detalhou o cirurgião, fazendo uso de uma metáfora.

O procedimento está marcado para o horário da tarde e a duração é imprevisível, conforme explica o médico.

“Estamos falando de algo novo no mundo e inédito no Brasil, por isso é difícil precisar a duração. Uma certeza é que Maceió sai na frente com a realização desse procedimento, é uma conquista para todos nós, visto que essas cirurgias são normalmente realizadas em metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro”, complementou Xavier.

POR:Eberth Lins – TNH-1
Médico cardiologista, Edvaldo Xavier | Foto: Reprodução / Instagram