Faltou inspiração do lado do Flamengo, sobrou disposição para o Fortaleza. Por isso, empate sem gols da noite deste sábado, no Castelão, pela 27ª rodada do Brasileirão, é melhor para o Leão na luta contra o rebaixamento do que para o Rubro-Negro que caça o São Paulo na ponta da tabela.

Em 90 minutos de monotonia e passividade, o 0 a 0 foi o resultado mais justo para um duelo que teve como ponto alto o pênalti desperdiçado de maneira cômica com Pedro ao escorregar e cometer dois toques apesar de a bola balançar as redes.

O empate foi péssimo para o Flamengo. Como se não bastasse perder a chance de se aproximar do São Paulo, o Flamengo viu o Atlético-MG ultrapassá-lo na tabela de classificação. A equipe tem 49 pontos em 26 jogos e foi superado pelo Atlético-MG, que tem a mesma pontuação, uma vitória e um jogo a mais.

Já o Tricolor Paulista segue líder com 53 pontos e visita o Fluminense ainda neste sábado. No próximo dia 6 de janeiro, o time de Rogério Ceni tem pela frente o clássico com o Fluminense, dia 6 de janeiro, às 21h30 (de Brasília), no Maracanã.

O Fortaleza está em 14º, com 31 pontos, três acima do Z-4, e visita o Sport, também dia 6, na Ilha do Retiro, às 20h30.

Primeiro tempo

Fortaleza e Flamengo tiveram 45 minutos em ritmo lento. Melhor para o time da casa. Com uma estratégia bem definida de espetar a marcação quando possível, mas, acima de tudo, se postar bem defensivamente, o time de Marcelo Chamusca esperou um adversário que girava a bola de um lado para o outro e não tinha ofensividade.

Arrascaeta e Everton Ribeiro pareciam em uma voltagem abaixo dos companheiros, e o Rubro-Negro carioca careceu de criatividade em um primeiro tempo em que teve 61% de posse bola e finalizou menos que o rival apostando nos contra-ataques: 6 x 4.

A melhor chance, porém, foi dos cariocas. Pedro teve um suspiro de inspiração na partida burocrática, conseguiu um pênalti, cobrou, fez o gol, mas teve o lance anulado por dois toques. O atacante escorregou e chutou com a perna direita no pé esquerdo cometendo a infração.

Segunda etapa

Na volta do intervalo, o jogo mudou pouco. O Flamengo tinha bola, tinha campo e não tinha inspiração. Diante de uma estratégia clara do Fortaleza, a equipe não conseguia criar alternativas e apresentava um futebol burocrático.

Everton Ribeiro teve mais uma noite ruim e Arrascaeta não foi capaz de suprir a falta de criatividade. Tamanha passividade fez com que o time da casa até se arriscasse mais com as entradas de Osvaldo e Wellington Paulista.

O jogo ficou monótono, brigado no meio de campo e sem inspiração. Melhor para o Leão que brigava muito e amarrava as ações pelo empate. Deu certo diante de um Flamengo preguiçoso e passivo no Castelão.

Que situação!

Pedro protagonizou um lance bizarro no fim do primeiro tempo. Oásis de inspiração em 45 minutos de péssimo futebol, o centroavante conseguiu pênalti em jogada individual já dentro da área, quando deu lençol em Jackson e foi puxado.

Na cobrança, porém, deu tudo errado. O atacante até balançou as redes, mas escorregou com o pé de apoio e viu o chute de direita desviar no pé esquerdo. Dois toques, e o árbitro assinalou infração na cobrança.

Má fase

O sucesso do Flamengo passa diretamente pelo talento de Everton Ribeiro e Arrascaeta. E não é de hoje que os dois estão longe de seu rendimento normal. O capitão rubro-negro arrisca poucas jogadas, erra muito, e vive um dos seus piores momentos em mais de três anos de clube.

O uruguaio até tenta passes mais criativos, mas erra muito e passa por apagões nos 90 minutos. O resultado disso? Um time que apela muito para cruzamentos e assusta pouco os adversários.

Ao mestre com carinho

O Fortaleza forjado por Rogério Ceni mostrou que aprendeu bem com o antigo comandante. O técnico do Flamengo reclamou antes mesmo do jogo pelo gramado do Castelão não ter sido molhado para deixar o jogo mais lento.

Quando a bola rolou, o Leão marcou de maneira organizada na entrada da área e saiu em velocidade quando tinha a bola. No fim, foi mais incisivo e perigoso que o burocrático Flamengo no Castelão. O empate sem gols foi importante na luta contra o rebaixamento.

Por Globoesporte.com | Portal Gazetaweb.com
FOTO: Caio Rocha/Framephoto