Um grupo formado por 11 vereadores fechou questão, na noite de ontem, e firmou oposição ao prefeito eleito João Henrique Caldas, o JHC (PSB). De acordo com os vereadores do bloco, não será uma “oposição por oposição”, pois nos projetos que forem positivos para o município, eles votarão junto com o Executivo, mas que – na visão deles – a formação do grupo representa a busca por garantir a independência da Casa de Mário Guimarães diante de como se deu o processo para eleger o futuro presidente da Câmara.

O grupo dos 11 – quando ainda tinham 12 votos na eleição interna da Casa – apoiava o vereador Samyr Malta (PTC) para a presidência. No entanto, a mudança de lado de João Catunda (PSD) enfraqueceu inda mais o grupo. De acordo com bastidores, Catunda declarou voto ao edil Galba Neto (MDB) – que é candidato da situação – após interferência direta do deputado federal Arthur Lira (PP) e do próprio prefeito eleito JHC.

A saída de Catunda foi a “gota d’água” para a tomada de posição do bloco que é formado por Kelmann Vieira (Podemos), Eduardo Canuto (Podemos), Joãozinho (Podemos), Teca Nelma (PSDB), Olívia Tenório (MDB), Samyr Malta (PTC), Leonardo Dias (PSD), Oliveira Lima (Republicanos), Zé Márcio (PSD), Silvania Barbosa (PRTB) e Fernando Holanda (MDB).

Do outro lado, estão os demais 14 vereadores que apoiam Galba Neto e que devem formar a bancada do prefeito JHC. Ainda nos bastidores, o comentário é de que o líder do prefeito JHC na Casa será o vereador Siderlande Mendonça (PSB).

Nota

Ainda na noite de ontem, após a reunião que firmou o bloco de oposição, o “grupo dos 11” – como foi denominado – encaminhou uma nota conjunta à imprensa. “Evidentemente que, dentro do jogo democrático, é natural a existência de um ou mais grupos que também possuam propostas e assim busquem os votos para se alcançar o comando diretivo da Casa. No entanto, é de se estranhar o inédito envolvimento direto e pessoal do senhor prefeito eleito, João Henrique Caldas, para conseguir eleger o presidente da Câmara de Maceió”, frisa o documento.

O grupo aponta – nas entrelinhas – a existência de negociações de cargos e o velho “toma lá da cá” da política para conseguir votos para Galba Neto. “Além de querer formar ampla bancada pelos meios legítimos da democracia, o prefeito tem pressionado e negociado Secretarias pessoalmente para conseguir os votos necessários ao seu candidato. Uma interferência que, segundo nossa visão, compromete a independência da Casa”, segue a nota.

O bloco ainda se comprometeu a cobrar, do próximo presidente, uma solução para as progressões indevidas de alguns servidores da Casa (entre eles parentes de Galba Neto) que os impediram de se aposentar. O caso foi divulgado pelo Portal CadaMinuto. Entre os servidores, há nomes com salários acima de R$ 35 mil.

Os 11 vereadores reforçam a necessidade de independência dos poderes e criticou o que chama de velha política de troca de favores.

CADA MINUTO

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