A proposta de receber R$ 10 a mais que o salário mínimo e R$ 95 de tíquete alimentação não está sendo bem recebida pelos trabalhadores do Comércio de Alagoas. “Estamos em negociação com o Sindicato Patronal, mas está sendo uma campanha difícil para a categoria dos trabalhadores. O patronal não está avançando na proposta”, explicou o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio do Estado de Alagoas (Secea), Wagner Tavares, ao TH Entrevista.

Ele explica que a proposta está muito aquém ao que os trabalhadores do Comércio estão pedindo. “Já acionamos a Procuradoria Regional do Trabalho para nos dar apoio nas negociações. Não vamos aceitar um reajuste abaixo do INPC do mês, um vale alimentação no valor de três reais por dia, que não dá nem para comprar um pastel”, afirmou.

A situação ficou mais difícil com a pandemia do Covid-19 com a queda nas vendas e os prejuízos reclamados pelo setor empresarial. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a região Nordeste é uma das que apresentam maior número de desempregados com população desocupada de 14,3%.

Os trabalhadores do setor comercial em Alagoas buscam defender seus direitos em um cenário desafiador com o risco do aumento da precarização, segundo o sindicato. Para o Secea, só restará à alternativa de mobilizar e organizar o movimento de resistência tendo uma paralisação como possibilidade concreta.

Para Central Única dos Trabalhadores (CUT), os empresários já utilizam a pandemia do coronavírus para demitir trabalhadores e negar reajustes. Para os empregados do comércio em Alagoas a situação não é diferente e o Secea busca denunciar proposta abaixo do INPC. E já solicitou, inclusive, a intermediação da Procuradoria Regional do Trabalho (PRT) como forma de garantir direitos mínimos e o avanço das negociações com representantes do sindicato patronal.

Wagner Tavares destaca que é importante “ampliar a luta do setor para defender direitos e manter toda categoria unida e mobilizada”.

A CUT-Alagoas acompanha toda movimentação e garantirá estrutura mínima para organização dos trabalhadores.

O Sindicato não descarta uma greve geral em Alagoas caso a negociação não avance.

TRIBUNA HOJE

(Foto: Arthur Melo)