Apesar de faltar pouco tempo para a eleição do futuro presidente da Câmara dos Deputados, em política tudo pode acontecer. Porém, até aqui, o deputado federal Arthur Lira vem consolidando o caminho para a vitória.
Lira parece não ter sofrido tanto com os ataques, após as reportagens que o apontavam como agressor de sua ex-mulher. No dia de ontem, o deputado federal disse que as acusações não tinham “contemporaneidade, nem verdade” e disse que o assunto “não poderia ser politizado”.
Independente das motivações que requentaram as denúncias na imprensa, elas são sim gravíssimas, pois envolve até ameaça de morte, conforme a ex-esposa do deputado federal, Jullyene Lins. Obviamente, como ocorre em toda disputa política, os adversários de Lira vão explorar esses fatos. Será assim agora e – anotem! – em 2022, diante das perspectivas da presença forte de Arthur Lira nas futuras eleições estaduais.
Nesse momento, além de atingir Lira, os adversários tentam acertar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) por tabela, já que o parlamentar alagoano é o candidato governista à presidência da Câmara dos Deputados.
Colocar isso não é fazer qualquer juízo de valor, mas apenas apontar o óbvio a respeito do cenário. Em outros textos aqui, sobre disputas passadas pela presidência de casas legislativas, já afirmei que – mesmo entendendo o jogo – é de se repudiar a influência extrema do Executivo nessas brigas, pois acaba comprometendo a independência de um dos poderes.
No caso de Lira, ele não é – historicamente – um político com qualquer comprometimento ideológico. Arthur Lira é a representação do fisiologismo e dos interesses próprios. A briga é por poder. Do outro lado, Rodrigo Maia – o principal “patrocinador” da candidatura de Baleia Rossi (MDB) – tem perfil semelhante. É o estamento burocrático e nada mais. Aquele mesmo estamento que Bolsonaro se posicionou contra durante a campanha presidencial.
Logo, é mais do que legítimo que apoiadores do próprio presidente questionem essa eleição com Lira, apesar do pragmatismo que existe nela, o que é inegável.
É nesse contexto que Arthur Lira vai se consolidando como favorito. O Placar do Estadão sobre a disputa pela presidência da Câmara, coloca que o deputado federal 186 votos declarados. Nos bastidores, a expectativa é de que ele chegue a 286. O candidato de Bolsonaro ganhou 41 apoios públicos desde o dia 15 de janeiro.
Para ser presidente da Casa, Arthur Lira precisa consolidar 257 votos. Segundo o placar, Baleia Rossi tem 114 votos declarados.
CADA MINUTO
FOTO: Assessoria