A especulação imobiliária e a excessiva valorização dos terrenos à beira mar na Rota Ecológica, sobretudo, em São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras, tem levado cada vez mais a disputa entre locais e proprietários das áreas, que compram terrenos ou sítios na região e de um momento para outro resolvem cercá-las, impedindo, ou a passagem das pessoas ou o trânsito de veículos em estradas vicinais. Os bugueiros, por exemplo, que fazem passeios turísticos pelo coqueiral, especialmente na praia de Milagres e do Patacho, vivem fazendo denúncias contra o fechamento de praias. Dessa vez, a denúncia vem por parte da direção da Colônia de Pescadores Z-25, de Tatuamunha, em Porto de Pedras.

Segundo um vídeo que circula nas redes sociais e que já foi enviado inclusive ao Ministério Público, a Capitania dos Portos e para a própria imprensa, uma área que é de propriedade da Marinha, localizada na praia da Gibaba, em Tatuamunha, usada legalmente pelos pescadores para guardar jangadas e equipamentos de pesca, foi cercada, impedindo os trabalhadores de terem acesso aos equipamentos. Segundo a direção da Colônia, que conta com 25 pescadores, o sítio que fica em frente à área foi vendido e o novo proprietário, que ainda não foi identificado, simplesmente cercou a área com arame farpado, isolando os barcos e todos os equipamentos.

A Colônia Z-25 acionou o Ministério Público Federal, o ICMBIO, que tem sua sede a menos de um quilômetro do local e a Capitania dos Portos. No início da semana já aconteceu uma reunião entre as instituições e os pescadores para discutir a situação. O presidente da Colônia, Pedro Luiz da Silva, disse que os trabalhadores estão com seus equipamentos “trancados” sem poder sair para pescar. “A orientação é não romper a cerca. Procuramos a Polícia Civil hoje para oficializar a denúncia e estamos aguardando a atuação das autoridades”, declarou o presidente da Colônia de Pescadores.

Fonte: Tribuna Hoje / Claudio Bulgarelli

(Foto: reprodução)