A cultura alagoana perdeu nesta sexta-feira, 23, um dos maiores especialistas e apaixonados pelo cinema, o professor e crítico de cinema Elinaldo Barros. Há 13 anos portando o Mal de Parkinson, ele lutava ainda contra um câncer na próstata desde janeiro.

Elinaldo faleceu aos 74 anos, em um hospital da capital. A família ainda não tem informações sobre o velório e o sepultamento.

Natural de Maceió, na década de 1990, Elinaldo comandada um quadro semanal na TV Pajuçara e na Rádio Pajuçara FM Maceió, trazendo os destaques das estreias dos cinemas, trabalho que realizou também em outras emissoras.

Já nos anos 2000, Elinaldo voltou à telinha com o quadro “Minuto do Cinema”, na TNH1 TV, canal de TV por assinatura do ao Pajuçara Sistema de Comunicação (PSCOM). Assista:

Com uma das mais bagagens de cultura cinematográfica do estado, ele foi tema de documentário, “O caçador de fotogramas”, do diretor Pedro da Rocha, que mostrou importantes momentos da história e da vida dedicada à sétima arte. Um outro documentário sobre a vida dele está em fase de produção.

Para seus amigos e admiradores”

Ricardo Mota, jornalista que além de um afeto pessoal teve o privilégio de trabalhar ao lado de “Eli”, como ele o chamava, sempre acompanhou as notícias sobre Elinaldo Barros, e recentemente fez um post trazendo “Notícias de Elinaldo Barros para seus amigos e admiradores”. Nas entrelinhas das informações sobre o estado de saúde dele, Mota, como sempre, fez uma reverência ao amigo e parceiro de TV.

“E vamos ao cinema”.

Era sempre com essa frase/convite que o professor Elinaldo Barros fechava a sua coluna semanal na TV Pajuçara e na Rádio Pajuçara.

Com sua generosidade, que sempre desconheceu limites, Elinaldo nos apresentava os filmes em cartaz e era, ele próprio, o responsável pela programação da Sessão de Arte, como a nos lembrar, permanentemente, que o cinema continua sendo a Sétima Arte.

Pois bem, amigos e fãs do professor Elinaldo Barros: ele vive momentos difíceis, enfrentando sérios problemas de saúde já há alguns anos.

O quadro tem se agravado nos últimos meses, e ele agora está internado em um hospital da parte alta da cidade.

Evidentemente, por esses tempos de pandemia, não é possível visitar o personagem que tanto admiramos e a quem devemos muito por momentos de raro prazer, que só a telona nos proporciona (em breve, creio, nos reencontraremos com ela).

Eli, como passei a chamá-lo de há muito, é um personagem precioso demais, querido demais, para que o esqueçamos ou o ignoremos em seu sofrimento.

Luta para superar esse momento, o nosso querido mestre, movido pela sua valentia suave, e há de saber que em nossos corações moram o afeto por ele conquistado/compartilhado e a esperança de quem ainda espera mais da vida.

Principalmente para quem fez – e faz – dela uma jornada pelo mais belo enredo da alma.

Gilson Monteiro/TNH-1
Foto: Arquivo pessoal