Alagoas perde o jornalista, historiador e curador do Museu dos Esportes Edvaldo Alves Santa Rosa (Dida), Lauthenay Perdigão. Lau como era conhecido morreu nesta terça-feira (17).

Lauthenay tinha 86 anos e precisou hospitalizado na última quinta-feira. O jornalista era Cardiopata e renal crônico e foi acometido pela doença de Parkinson e também sofria do Mal de Alzheimer.

Lau, como era carinhosamente conhecido, notabilizou-se pela vasta coleção sobre a história do desporto alagoano e nacional, o que o levou a expor uma série de registros especialmente do futebol local, no museu localizado no Estádio Rei Pelé, em Maceió.

A família informou que o velório acontece na capela 3 do Campo Santo Parques das Flores, em Maceió, onde Lauthenay será sepultado às 11h desta quarta-feira (18).

Alagoas perde um ídolo

Não dá para falar sobre a memória do esporte em Alagoas, sem lembrar de Lauthenay Perdigão. Dez em cada dez pessoas – seja curioso, “especialista” do esporte ou não –, não pode prescindir do palpite do mestre do arquivo. Há anos, sempre o chamavam para comentar, lembrar ou dar uma entrevista sobre o tema.

Especialistas ou não no assunto – têm à disposição para consultas agora um arquivo de cerca de dez mil fotos, mais de 400 camisas ligadas aos mais variados esportes, cerca de seis mil reportagens (de revistas, jornais, TV, rádio ou internet) e as mídias contemporâneas, sem contar outras formas de arquivos guardados a sete chaves por “Seu Lau”. À disposição ainda dos ávidos por esporte os velhos LPs (bolachões), CDs e cerca de 40 bolas e escudos de todos os esportes.

Lautheney Perdigão

Ganho real de museu quando se materializou no ano de 1993, numa sala contígua ao Estádio Rei Pelé, depois de muita luta, por ocasião da primeira grande reforma do estádio. É lá onde atualmente se encontra o Museu dos Esportes Edvaldo Alves Santa Rosa, uma homenagem ao amigo Dida, futebolista alagoano contemporâneo de Pelé na seleção brasileira de 1958, ídolo de Zico e segundo maior artilheiro da história do Flamengo-RJ.

Em função de tudo isso e mais algumas coisas, a melhor forma de homenageá-lo – acredita a equipe do Ídolos – seria relembrar um pouco de sua longa trajetória dedicada a guardar a memória e os arquivos implacáveis do esporte (como Lauthenay gosta de chamar suas lembranças e relíquias).

Mini biografia

Lauthenay Perdigão nasceu em 27 de agosto de 1934, em Maceió. Filho de João Lopes do Carmo e Maria Benedita Perdigão, passou sua infância sem maiores problemas, no Centro de Maceió. Seu pai era gerente do famoso Bilhar do Comércio e tinha que ficar até altas horas cuidando do carteado e das bolas de sinuca. Levava para os filhos – que já eram cinco: os irmãos Lauthenay e Manfredo, e as irmãs Marlene, Marluza e Marli.

Fonte: Tribuna Hoje
Foto: Tribuna Independente/Arquivo