O presidente da Assembleia Legislativa do Estado (ALE), deputado Marcelo Victor, se filiou na última semana, ao partido Democratas. No entanto, sua ida para o partido está relacionada ao fato de que o partido hoje comandado no estado pelo ex-deputado federal José Thomaz Nonô irá se fundir com o PSL, o que resultará na criação do União Brasil e deverá ser presidido em Alagoas por Marcelo.

Após assinar sua ficha de filiação, Marcelo Victor agradeceu o convite para ingressar no partido e se comprometeu em trabalhar na formação do União Brasil de forma heterogênea e democrática.

“Com espaço e voz para todos os alagoanos que queiram fazer parte desse grupo político, sempre perseguindo incansavelmente as melhorias que o nosso povo precisa. Quando fazemos política, temos como objetivo final ajudar nossos conterrâneos e o Brasil”, declarou o presidente do Poder Legislativo.

A reportagem da Tribuna tentou contato com Marcelo Victor para que ele falasse sobre essa ida ao DEM, as expectativas para presidência do União Brasil em Alagoas e se já existe um contato com outros parlamentares e outros políticos que podem migrar para o União Brasil sob sua regência, mas não obteve êxito.

A Tribuna buscou também a análise de cientistas políticos sobre o tamanho político de Marcelo Victor, sobretudo com essa chegada ao DEM, futuro União Brasil. E como o presidente da ALE será importante no cenário estadual, nas eleições, e no diálogo tanto com o governador Renan Filho (MDB) quanto com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Visto que Marcelo Victor tem trânsito fácil com ambos.

De acordo com Ranulfo Paranhos, para chegar onde chegou, Marcelo Victor foi construindo essa condição, tendo vários mandatos como deputado, presidindo comissões na ALE, até chegar à presidência do Poder Legislativo e ter a confiança dos pares.

“Na ciência política a gente chama de sênior. É alguém que demanda confiança. É alguém cujos os pares vão confiar nele porque os acordos serão feitos. Quando a gente analisa isso do ponto de vista mais amplo, não há dificuldade em fazer acordo político na agenda do Marcelo Victor. Ele pode sentar à mesa hoje com o grupo dos Calheiros, ele pode tentar aglutinar Calheiros e Arthur Lira, não é? Enfim, pode tentar fazer qualquer negociação possível. Ele é aquele cara que dá as cartas no pôquer, o dealer. O cara que dá as cartas. Então ele é uma figura importante”.

Para Luciana Santana, a ida de Marcelo Victor para o União Brasil já era esperada e de alguma maneira fortalece um grupo que ficou um pouco mais periférico em Alagoas em termos de poder. Então seria uma forma, por exemplo, do Democratas por meio da União Brasil se fortalecer e voltar a ser uma das principais forças políticas no estado.

“A gente já tem acompanhado um diálogo do Marcelo Victor com Renan em relação à sucessão do governo, né? Seja desde o governo tampão, seja a partir das eleições deste ano. Que a escolha seja de algum nome que possa unificar os interesses de ambos. Essa mudança da parte dele vai ser positiva e a gente também vem acompanhando que o União Brasil vem se fortalecendo no país inteiro, não é? Dois partidos que de alguma maneira hoje tem uma bancada grande na Câmara dos Deputados e isso pode contribuir aí com a eleição de nomes para bancada federal e também para Assembleia Legislativa”.

Fonte: Tribuna Independente
(Foto: Ascom ALE)