À espera de um voo para as Bahamas, Lucas Castellani reviveu momentos traumáticos e de superação em conversa por telefone com a reportagem de Splash. Em uma sala privativa no aeroporto de Los Angeles, ele disse que a viagem para a ilha de Lenny Kravitz, de quem é amigo, era para celebrar o aniversário de 25 anos, comemorado em janeiro.

Chamado pelos mais próximos apenas pelo sobrenome, Castellani vive nos Estados Unidos. Modelo, empresário e apresentador de um talk show na Fox americana, ele fez amigos famosos como Paris Hilton e Diplo, além do próprio Lenny. Também possui relações próximas com celebridades brasileiras, a exemplo dos irmãos Leo e Jade Picon, que agora está confinada no “BBB 22”.

A história bem-sucedida do jovem mineiro nascido em Belo Horizonte, que foi tentar a sorte em outro país, não é feita só de festas na mansão das Kardashian ou de momentos ostentação postados nas redes sociais. Castellani enfrentou dificuldades desde a infância e no processo de autodescoberta como homossexual.

Nascido em uma família humilde, foi adotado, aos seis anos, por pais com uma condição financeira mais favorável. Define esse período de sua vida como traumático e pede para não se aprofundar tanto no assunto para não expor os familiares.

Venho de uma família muito pobre. Considero a minha família adotiva como a minha família. Não tenho laços com a minha família biológica. E também não quero. Não sinto vontade de construir um novo laço com uma família que nunca tive e da qual nunca participei.

O garoto do blog: uma história de vingança O apresentador recebeu uma educação cristã e era um religioso praticante. “Cresci batendo de porta em porta pregando a Bíblia”, se lembra. O rompimento com a igreja aconteceu aos poucos e foi após ele descobrir que era diferente da maioria dos garotos do colégio católico em que estudava. Castellani é gay.

“Era uma questão de rejeição. Primeiro eu fui rejeitado por uma família, depois, ao me descobrir, fui perceber que ainda era rejeitado em um ambiente por ser simplesmente eu. Ser rejeitado por existir”. Na época da escola, aos 14 anos, Castellani encontrou uma maneira de não se calar diante do bullying que sofria.

UOL.COM \ Felipe Pinheiro \ De Splash, em São Paulo

Imagem: Maurizio Montani/Divulgação