Quando a temporada começou, a Copa Sul-Americana era o torneio que menos atraía atenção no São Paulo. Em toda a fase de grupos, em que o time se dividiu com o Brasileiro e a Copa do Brasil, foram seis jogos com muitos reservas – e, mesmo assim, uma classificação tranquila graças à fragilidade de rivais de pouca expressão.

As coisas mudam, como se sabe. A má campanha no Brasileiro, em que até a possibilidade de uma vaga na Libertadores parece se tornar cada rodada mais distante, fez com que a Sul-Americana ganhasse importância no Morumbi.

Se antes a prioridade era o Brasileiro, agora Rogério Ceni foca nas copas, também a do Brasil, em que ainda busca vaga na semifinal. O horizonte da Sul-Americana, porém, é muito mais sedutor.

Na última quarta-feira, o São Paulo perdeu para o Ceará, fora de casa, por 2 a 1 – como tinha vencido por 1 a 0 em casa, a decisão das quartas de final do torneio foi nos pênaltis. Ali, os tricolores erraram menos e avançaram. Não foi assim nos 90 minutos que antecederam as cobranças.

O São Paulo fez uma partida equilibrada, mas os erros da própria equipe quase custaram a vaga nas semifinais.

Eles começaram no ataque, com chances desperdiçadas – a melhor delas de Galoppo, de cara para o gol, que chutou para fora.

Depois, as da defesa foram aproveitadas pelo Ceará. Ainda no primeiro tempo, uma série de vacilos levou ao gol de Mendoza. Miranda, Pablo Maia e Diego Costa tropeçaram, caíram ou afrouxaram a marcação, e o colombiano ainda subiu mais do que Igor Vinicius para fazer de cabeça.

O lateral, que fez boa partida, marcou o gol de empate, no início do segundo tempo, numa jogada bem trabalhada.

Outro erro, entretanto, facilitou o desempate do Ceará. Welington tirou mal uma bola dentro da área, e ela sobrou para Guilherme Castilho, que bateu no canto de Felipe Alves.

O segundo gol empurrou o Ceará e fragilizou o São Paulo, que esteve perto de tomar o terceiro, mas conseguiu se segurar.

Nos pênaltis, Calleri, Luciano, Diego Costa e Patrick acertaram suas cobranças e garantiram a classificação paras as semifinais.
Diego Costa comemora gol de pênalti contra o Ceará — Foto: Lucas Emanuel/AGIF

Diego Costa comemora gol de pênalti contra o Ceará — Foto: Lucas Emanuel/AGIF

O São Paulo terá, na próxima fase, o Atlético-GO como rival – o vice-lanterna do Brasileiro, mas que tem vantagem sobre o Corinthians, na Copa do Brasil, e que atropelou o Nacional, do Uruguai, na Sul-Americana.

Do outro lado da chave, o Independiente Del Valle, do Equador, já tem lugar nas semifinais, e espera Internacional ou Melgar, do Peru, como adversários – o jogo de ida terminou sem gols, e a volta, em Porto Alegre, é nesta quinta.

O caminho até a final, em Córdoba, é atraente ao São Paulo. Vencer a Sul-Americana ainda dá vaga na Libertadores do ano que vem, o que tem sido vendido como o principal objetivo tricolor em 2022.

Continuar nessa estrada, porém, é ter que se poupar ainda mais no Brasileiro, em que hoje ocupa uma desconfortável 11ª posição, só cinco pontos longe da zona de rebaixamento (o próximo jogo será contra o Bragantino, domingo, em casa).

E ainda há a Copa do Brasil, com jogo contra o América-MG, na semana que vem, onde também tem vantagem por ter vencido a ida por 1 a 0.

O sacrifício, por ora, vale a pena.

As semifinais da Sul-Americana estão marcadas para os dias 31 de agosto e 7 de setembro. E o Tricolor, por ter melhor campanha, decide no Morumbi.

ALAGOAS ALERTA \ *GE

(Imagem: Lucas Emanuel/AGIF)