Em Alagoas, segundo dados fornecidos pela Associação dos Provedores do Estado de Alagoas (Aspeal), cerca de 70% do mercado de internet é abastecido pelos pequenos provedores ou chamada “Internet de bairro” que, em outras palavras, têm levado as pessoas uma espécie de “Internet para Todos”.

E de acordo com Ângelo Rosa, presidente da Aspeal, o seguimento já mobiliza na economia alagoana cerca de mil empresários com mais de 20 mil funcionários e estão presentes em todos os municípios. Só em Maceió, são cerca de 500 empresários que levam a internet para as grotas, periferia, cujo “bolo” do mercado já representa aproximadamente 2 milhões de usuários.

No entanto, ele afirma que, apesar dos dados serem positivos, um impasse envolvendo os provedores e a Equatorial pode prejudicar tanto os empresários quanto os usuários desses provedores de internet de bairros.

“Ao mesmo tempo que celebramos os dados positivos no mercado de internet, há um imbróglio em meio aos benefícios que as pequenas provedoras estão ofertando a milhares de alagoanos. Isso porque a Equatorial Energia [proprietária dos postes utilizados com cabos e fiações] e suas terceirizadas vem removendo postes, cortando a fiação – sem comunicar aos provedores – e têm causado transtornos e prejuízos financeiros de grandes. As operações da Equatorial estão afetando, por tabela, os clientes dos serviços, que têm ficado sem internet’’, conta Rosa.

Ângelo disse ainda que em Alagoas, a grande maioria dos pequenos provedores atua com fibra óptica, fornecendo serviços como telefonia fixa, móvel e tv por assinatura, com entrega de maior velocidade de internet a um valor mais atraente que as gigantes do setor, “com preço competitivo entre R$ 50 e 60 em média, enquanto as maiores cobram entre R$ 100 e 150, com qualidade inferior’’, relata.

Ao TH Entrevista, o presidente da Aspeal afirma que a empresa de distribuição de energia retira os postes sem critérios ou mesmos sem planejamento. “A Equatorial está removendo postes sem critérios e prejudicando os clientes por conta dessas trocas de postes, sem prévia comunicação. Com este transtorno, prejuízos com estas manutenções e retiradas de postes, queremos abrir um diálogo com a Equatorial, porque se isso continuar ocorrendo sem comunicação, quase 200 mil pessoas podem ficar sem internet em Maceió, o que já está ocorrendo em algumas localidades na capital, principalmente na periferia”, alerta o presidente da Aspeal, Ângelo Rosa.

Ainda de acordo com ele, 900 pessoas já foram prejudicadas há duas semanas na Vila dos Pescadores. “Elas ficaram sem internet por três dias por conta da troca de postes e com um problema: sem comunicação prévia. É preciso lembrar à Equatorial que é fundamental avisar, porque não é só falta de internet, mas isso também prejudica os negócios da comunidade, pois há comerciantes que dependem de internet para dar fluxo a seus negócios”.

70% do mercado
de internet em AL é abastecido por pequenas empresas

TRIBUNA HOJE

Foto: Edilson Omena