Maceió deve repetir o passado – 2018 e primeiro turno deste ano – e ser a capital nordestina que dará percentualmente a melhor votação a Jair Bolsonaro neste segundo turno.

Sabedor dos números e possibilidades, não foi surpresa para o mundo político que JHC tenha dado uma guinada à direita no ato final do pleito deste ano.

Deixou o PSB antes de ser “largado” pelos socialistas após o fracasso da candidatura do irmão Dr. JHC para deputado federal.

Foi inteligente. E se Bolsonaro for reeleito, o mundo tende a ser melhor. Se der Lula…

Bom, o fato é que ao dar um cavalo de pau e brotar no PL, mesmo partido de Bolsonaro, o prefeito fechou o cadeado para naturais concorrentes seus em 2024.

Casos dos bolsonarianos Alfredo Gaspar de Mendonça (UB) e Delegado Fábio Costa (PP), deputados federais eleitos.

Talvez, também, tenha colocado uma pá de cal nas pretensões do derrotado ao Senado Davi Davino Filho (PP), que enfrentou JHC, em Maceió, na eleição municipal de 2020.

Quanto ao senador Rodrigo Cunha, que não preside o seu partido – o UB é comandado por um assessor de Arthur Lira e pode parar nas mãos de Alfredo Gaspar -, se o destino for voltar pra sua base, em caso de derrota, a terra natal pode não ser convidativa.

Arapiraca tem os espaços políticos bastante inviáveis em 2024, já que o prefeito Luciano Barbosa (MDB) é favoritíssimo à reeleição.

Sem Arapiraca, e até sem Maceió, uma derrota de Cunha o deixará frágil daqui a dois anos e ainda mais frágil em 2026, quando o senador teria de enfrentar os líderes do seu grupo nas majoritárias: Arthur e/ou JHC.

A não ser que se transforme milagrosamente, dê uma guinada e vire um senador bem acima do seu próprio padrão nos quatro anos restantes.

De qualquer maneira, a dois dias do pleito de domingo, o que se vê é um horizonte assustador para Cunha, em que a derrota pode significar um resto de mandato malancólico no Senado.

E tudo está nas mãos de Suas Excelências, o eleitor e o fato.

CADA MINUTO \ Voney Malta

Foto: Assessoria