O anúncio da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Paris, nos dias 22 e 23 de junho, já desperta forte interesse na imprensa francesa. Em nota divulgada neste sábado (4) pelo Palácio do Eliseu, Macron expressa ‘satisfação’ por receber o líder brasileiro em uma reunião internacional que “pretende que nenhum país tenha que escolher entre lutar contra a pobreza e atuar em favor do clima e da natureza, com o objetivo de que as condições da transição sejam acessíveis a todos”.

O presidente Lula vai a Paris para participar de um encontro de cúpula sobre um novo pacto financeiro mundial e terá uma reunião bilateral com Macron, segundo fontes dos governos dos dois países. O líder francês já articula os preparativos dessa conferência e recebe neste domingo (4), no Eliseu, o cacique Raoni.

A assessoria de Macron informou que ele pretende reiterar, na conversa com o cacique brasileiro, seu compromisso com o respeito aos povos indígenas, e sua determinação a trabalhar pela conservação dos meios naturais e principalmente das florestas tropicais, que constituem reservas vitais de carbono e de tesouros de biodiversidade.

Nesse contexto, a derrota sofrida pelo governo brasileiro com a aprovação na Câmara dos Deputados, na terça-feira (31), do projeto de lei que estabelece a validade da tese do marco temporal, segundo a qual os indígenas só têm direito aos territórios que ocupavam na época da promulgação da Constituição de 1988, causou preocupação na Europa. A medida foi criticada por associações indígenas, especialistas e autoridades europeias.

Macron também discutirá com Raoni os objetivos “da cúpula que visa criar um novo pacto financeiro mundial, que trabalhará para aumentar a solidariedade internacional na luta contra a pobreza, para a proteção da natureza e ação pelo clima, além da cúpula da Amazônia, que ocorrerá neste ano em Belém”. Macron já havia recebido Raoni em maio de 2019.

POR: G1 /GAZETAWEB
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