Em vários bairros de Maceió, imóveis abandonados preocupam a população por causa da falta de segurança e pela presença de animais peçonhentos e insetos, principalmente o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e de outras doenças. Apesar dos riscos, a Prefeitura de Maceió não tem nenhum levantamento sobre o número de imóveis abandonados na cidade, que, inclusive, poderiam ser destinados para políticas de habitação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb), já foram notificados mais de 34 imóveis que se encontram abandonados ou que necessitam de manutenção predial durante este ano.

Segundo o órgão, as equipes notificam os titulares e dão as orientações necessárias para sanar os problemas causados pelo abandono do imóvel, com um prazo de até 10 dias para cumprir as recomendações. E, em caso de descumprimento, o responsável pode sofrer penalidades previstas na legislação vigente, como cobrança de dívidas fiscais, judicialização e até mesmo a perda do imóvel.

Somente no Centro de Maceió, são cerca de 50 imóveis abandonados, de acordo com a Aliança Comercial. Entre eles, um prédio localizado na Rua Pedro Monteiro que, segundo comerciantes da região, está abandonado há mais de 20 anos.

“Não temos atualização recente do número de imóveis abandonados, mas são dezenas, tanto de propriedade pública quanto privados, e estão aumentando. Acredito que hoje temos entre 40 e 50 imóveis nessa condição”, afirmou o diretor da entidade Marcos Albuquerque.

Quem trabalha ou reside próximo a imóveis abandonados reclama dos riscos. “Em cima das marquises dos prédios abandonados fica cheio de água e enche de mosquito; tem dia que a gente não aguenta trabalhar de tanto mosquito. Também tem um monte de animal e inseto como cobra, escorpião e até macaco sagui. Fora o risco de acontecer algo com a gente porque quem trabalha na rua fica com medo de ser arrastado e levado para um prédio desse”, afirmou a comerciante Marluce Iraci.

Recentemente, a Prefeitura de Maceió adquiriu os edifícios Palmares e Ary Pitombo, localizados no Centro da capital, que servirão de sede para o poder executivo e algumas secretarias e órgãos municipais, com um investimento de pouco mais de R$ 10 milhões.

Os prédios funcionaram como sedes dos institutos de aposentadoria e de assistência médica e estão em situação de completo abandono, há mais de duas décadas. Com o tempo, sofreram grande desgaste.

Por Luciana Beder / Colaboradora com Tribuna Independente

Foto: Edilson Omena