Com projeção nacional em crescimento, o deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB/AL) deu declarações fortes na última semana. Base aliada do governo Lula, ele afirmou acreditar que a relação com o PT deve se manter consolidada nas próximas eleições presidenciais. “O caminho natural do MDB é apoiar o Lula em 2026”, disse Bulhões em entrevista ao jornal O Globo.

Seu nome está sendo cotado entre os possíveis sucessores de Arthur Lira (PP) na presidência da Câmara em 2025, e declarações que o aproximem do executivo são sempre bem-vindas. Em entrevista recente à Tribuna, Isnaldo afirmou que o partido agora está focado em ampliar as bases municipais, mas ele não descartou a disputa à presidência da Câmara, “falta ainda um ano e meio mais ou menos para a eleição da câmara e do Senado, mas logicamente a gente tem grandes possibilidades de ter candidatos. Ou na presidência da câmara ou na presidência do Senado ou dependendo de uma composição de uma das duas casas”.

Em setembro desse ano, durante um evento do MDB aqui no Estado, o presidente nacional da legenda, Baleia Rossi, falou pessoalmente de Isnaldo, a quem ele atribuiu um potencial enorme que tem surpreendido desde que chegou em Brasília. Como liderança na Câmara Federal, Bulhões ressalta que tem conseguido ampliar a base e já em mais deputados que os que conseguiu eleger, em 2018.

Mas a relação amistosa entre MDB e PT não é novidade. Em todos os governos que o PT ocupou a presidência, o partido de Isnaldo esteve dentro do governo.

Em Alagoas, mais precisamente, há uma proximidade de longa data. Renan Calheiros (MDB) é um conhecido anfitrião político de Lula, tendo muitas vezes mais força que o próprio PT local com o presidente. O impeachment de Dilma Roussef, em 2016, arranhou um pouco essa relação, e coincidentemente foi um período de enfraquecimento dos dois partidos, mas a relação voltou em seguida, e segue se fortalecendo.

Nas pautas mais polêmicas da Câmara dos Deputados, o parlamentar até apresenta uma ou outra divergência com o PT, como no caso do Marco Temporal. Mas na maioria das vezes caminham juntos, e ele reforça as críticas ao que aconteceu no governo Bolsonaro, quando o congresso tinha muito poder de decisão sobre o orçamento. “O Lula não terceirizaria o Orçamento, como foi feito anteriormente”.

Por Emanuelle Vanderlei – colaboradora / Tribuna Independente

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