O deputado estadual Alexandre Ayres (MDB) promoveu, nesta segunda-feira (29), uma sessão pública para debater sobre o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de Maceió (PDUI/RMM), o Plano Diretor. O tema foi discutido na Casa de Tavares Bastos, onde representantes da sociedade civil organizada e a população puderam debater o que está sendo feito e o que ainda precisa ser organizado para poder ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas.

Ayres iniciou a sessão criticando a gestão da capital Maceió. “Não dá para a gente continuar fazendo política pública de maneira improvisada, nem confundir mobilidade urbana com apenas a abertura de novas vias. Não dá para a gente pensar em saneamento público achando que a concessão da distribuição e saneamento vai resolver tudo como num passe de mágica”, afirmou o parlamentar, crítico também do trânsito. “Já nos acostumamos a comentar que o trânsito de Maceió ficava caótico na Fernandes Lima, uma “via-expressa” que nunca foi via-expressa, assim como na orla de Maceió, especialmente nos momentos de pico, entre o Natal e o Ano Novo”, completou Ayres, sobre o que ele falou de trechos intransitáveis.

O deputado adianta que uma solução seria aumentar o poder financeiro e aquisitivo da população para que as pessoas comprem mais carros. “Nós temos hoje 10 mil carteiras assinadas no comércio de Maceió, apenas de empregos formais, já excluindo escritórios jurídicos, contábeis ou cartórios. E destes, mais de 8 mil residem na parte alta de Maceió, que superlotam os ônibus quando saem e chegam do trabalho”, informa Ayres, afirmando ainda que esse trajeto diminui a produtividade e qualidade de vida desses empregados, que são obrigados a saírem de madrugada de casa. “E não há no município de Maceió nenhum incentivo, nenhum programa habitacional atrelado e vinculad, a esses profissionais do comércio para que eles possam se deslocar”, complementou ele.

“Mas prometer que prédios antigos da rua do Comércio serão transformados em habitação é muito pouco. Precisamos falar não só da rua do Comércio, mas também sem nos esquecer do Trapiche e Vergel”, sugeriu Ayres, como solução para desafogar a Fernandes Lima, ironizando soluções de uma aplicação só, como apenas a instalação de um VLT até um dos shoppings da Capital, lembrando ainda que Maceió foi prejudicada com a destruição do solo de cinco bairros após décadas de perfuração da Braskem, que provocou um êxodo de moradores para outros municípios, que não estavam preparados para este aumento populacional. “Nós precisamos encontrar as soluções para devolver a qualidade de vida ou diminuir o sofrimento dessas 60 ou 70 mil pessoas atingidas, um número que segue crescendo”.

O parlamentar encerrou sua fala elogiando o Governo Paulo Dantas, que prosseguiu com a boa gestão realizada pelo governador Renan Filho, além de pedir apoio à Arsal. “A Agência de Regulação do Estado tem um papel muito importante no desembaraço dessas políticas propostas no plano de desenvolvimento regional”, disse ele sobre a BRK, responsável pelo saneamento dos municípios da grande Maceió.

Palestra
A sessão prosseguiu com uma palestra de Regina Dulce Lins, professora da Ufal que coordena o Plano de Desenvolvimento da Região Metropolitana. Graduada em Arquitetura na UFPE, Lins é especialista em Gestão do Crescimento Urbano na ISAE/LA Cambre, Bélgica, com doutorado em Estudos Urbanos (UniKent, Inglaterra, 2001).

“Este momento é histórico. Após 50 anos das regiões metropolitanas em todo o Brasil, Alagoas foi o primeiro que teve técnicos dos 13 municípios da região metropolitana sentados à mesa conosco”, elogiou ela pela discussão não ser centralizada apenas em Maceió. “Nosso objetivo é ampliar o diálogo sobre os resultados desse PDUI, por meio do debate com todos os representantes da sociedade civil organizada e deste Legislativo estadual”, explica ela sobre o PDUI, o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado, um instrumento de planejamento e gestão de regiões metropolitanas brasileiras.

POR: POLÍTICA ALAGOANA

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