Os funcionários do Hospital Veredas, em Maceió, seguem sem receber salários e enfrentam dificuldades financeiras, dependendo até de familiares para se deslocar ao trabalho. Segundo relatos, o último pagamento recebido foi referente ao mês de março, e até esta sexta-feira (5) não havia previsão de regularização. Os trabalhadores afirmam estar há cinco meses sem remuneração e sem receber metade do décimo terceiro de 2024.
“Colaboradores estão passando necessidades. Dependo do meu esposo até para vir trabalhar. É muito difícil. Estamos tirando de onde não temos para vir trabalhar”, desabafou uma funcionária com 14 anos de serviço, que preferiu não se identificar.
Ela afirma que a atual administração do hospital não demonstra preocupação com os colaboradores e, quando algum funcionário falta, apenas questiona as lideranças sem oferecer soluções.
Ontem, os funcionários realizaram uma paralisação para pressionar a gestão e obter informações sobre os salários. Segundo a funcionaria, a empresa alegou depender do repasse do Estado para efetuar os pagamentos. “Hoje, às 14h, o sindicato se reúne com a administração do hospital em busca de esclarecimentos.”
Órgãos acionam Justiça para garantir funcionamento do hospital
O Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) e a Defensoria Pública da União (DPU) solicitaram à Justiça Federal o bloqueio de R$ 2,7 milhões das contas do Estado para garantir o funcionamento do hospital.
O pedido é motivado pelo descumprimento de um compromisso firmado em agosto, quando o Estado se comprometeu a repassar recursos referentes à produção hospitalar, essenciais para pagamento de pessoal e custeio da unidade. Até agora, apenas R$ 700 mil foram depositados, valor muito inferior aos R$ 3,4 milhões reconhecidos pela própria Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau/AL).
Segundo os órgãos, a omissão do Estado compromete a gestão do hospital e a efetividade da decisão judicial que determinou a intervenção da unidade. Folhas de pagamento estão em atraso desde maio, e setores essenciais, como nutrição e Central de Material Esterilizado, correm risco de paralisação.
Na quarta-feira (3), além do bloqueio do valor não repassado, foi solicitada a intimação do secretário estadual de Saúde para justificar o descumprimento, podendo haver audiência urgente com todas as partes envolvidas.
Outro lado
Procurado pela reportagem do CadaMinuto, o Hospital Veredas informou que deve emitir uma nota oficial em breve. A matéria será atualizada assim que o posicionamento for divulgado.
CADA MINUTO
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