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Impulsionadas pelos incentivos ao consumo típicos do final do ano, as famílias começaram 2025 com boas perspectivas para as compras. Em janeiro, o Índice de Consumo das Famílias (ICF) de Maceió registrou uma alta de 0,9%, alcançando 113,5 pontos, em comparação aos 112,5 pontos de dezembro. Esse aumento marca o segundo consecutivo, após uma série de quedas iniciada em junho do ano passado, quando o índice atingiu 121,6 pontos. Os dados são da pesquisa realizada em parceria entre o Instituto Fecomércio AL e a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O crescimento contínuo pode ser atribuído a fatores como o maior acesso ao crédito, as férias escolares e o pagamento do 13º salário, com muitas famílias destinando uma parte desse valor para a compra de material escolar, por exemplo. Com isso, o desempenho da capital alagoana segue a tendência nacional, embora com um pequeno atraso.

Enquanto o consumo no Brasil tem mostrado crescimento constante desde agosto do ano passado, Maceió só retornou à trajetória de alta em novembro. Em janeiro, a variação de 0,9% da cidade se aproximou dos 1% registrados no cenário nacional. “O consumidor de Maceió alinhou-se à confiança nacional a partir do pagamento da primeira parcela do 13º salário, em novembro, que trouxe melhores condições para o consumo”, explica o assessor econômico do Instituto Fecomércio AL, Francisco Rosário.

Renda atual e insegurança sobre a manutenção do emprego impactam no consumo

A mensuração do ICF decorre da análise de sete subíndices e, na variação mensal, quatro tiveram desempenhos positivos e, três, negativos. Nesse contexto, os resultados foram: elevação de 1,3% no subindicador de emprego atual; de 1,6% no nível de consumo atual, o qual representa o consumo das famílias em curto prazo; e de 3,1% em perspectiva de consumo, sinalizando a intenção para o futuro. Na comparação anual, houve um crescimento significativo nestes dois últimos subindicadores, com aumentos de 15% e 28,5%, respectivamente.

Os registros negativos ficaram com os subindicadores de acesso ao crédito, com 0,2%; de renda atual, recuando -1,2%; e de perspectiva profissional, marcando -2,5%. “A renda atual e a perspectiva profissional estão agindo como mitigadores do aumento do consumo, uma vez que a renda atual está sendo corroída pela inflação e há insegurança em relação à manutenção do emprego no futuro próximo. Em relação ao emprego futuro, é por causa da maioria dos novos empregos no final do ano serem temporários e que, provavelmente, não se mantêm após janeiro”, explica o economista.

Os dados da pesquisa do Instituto Fecomércio demonstram, ainda, que o número de famílias que estão comprando a mesma coisa que antes aumentou 7,4%, na comparação mensal, ao passo que o número de famílias que estão comprando menos reduziu -5,6%. Redução também no número de famílias que estão comprando mais, f icando em -2,4%. Este cenário indica uma relativa estabilidade no consumo, pois a maioria das famílias estão comprando o mesmo que no mês anterior.

Evolução do consumo está contínua nas famílias de maior renda

Quando analisado por faixa de renda, o consumo reflete sentidos opostos: enquanto as famílias com renda superior a 10 salários mínimos (10 sm) vêm em crescimento contínuo desde de março do ano passado, chegando a 159,8 pontos, em janeiro, nas famílias com renda de até 10 sm este movimento oscilou, caindo de maio a novembro e voltando a crescer de novembro a janeiro, quando marcou 113,5 pontos. “Esse movimento das famílias de menor renda impacta no desempenho geral do indicador de consumos, pois 96,2% dos empregados formais de Maceió recebem até 10 sm, segundo dados da RAIS, do Ministério do Trabalho”, afirma Rosário.

Apesar das diferenças, na comparação mensal o relevante é que nas duas faixas de renda houve aumento na intenção futura de consumo, subindo 2,9% nas famílias com menor renda e 4,7% nas de maior renda. Considerando que o padrão de consumo em Maceió é dado por famílias de menor renda e, nos últimos três meses houve um crescimento acumulado de 5%. Isto pode ser uma tendência para os próximos meses.

CADA MINUTO

FOTO: GOOGLE

*Com Ascom Fecomércio/AL