Gabi Nunes chega para mais uma data Fifa com a seleção brasileira, a sua segunda sob o comando do técnico Arthur Elias, em alta no Campeonato Espanhol. No sábado, marcou dois gols na vitória do Levante por 3 a 0 sobre o Eibar e soma cinco na corrida pela artilharia da competição. Para ela, esse é seu melhor momento no futebol. O amadurecimento como atleta e também já o entendimento sobre os objetivos do novo treinador do Brasil.

– Eu falo que neste momento que eu estou no futebol estou muito feliz. E isso dá para se ver dentro de campo. Estou entrando leve, solta, feliz. Estou muito feliz aqui no Levante, muito mesmo. Então quando fui convocada eu fui com essa leveza. A experiência também da Copa do Mundo, vir com essa vontade de entrega, de mostrar. Quando eu entrei no jogo no segundo tempo eu só queria desfrutar do momento, esse novo ciclo, essa nova história. Sobre intensidade, sim, a Europa agrega muito porque aqui. No Levante a gente faz isso. É quase similar ao que o Arthur fez nesses primeiros jogos. Me senti confiante por já estar fazendo essa parte tática. Fisicamente é porque a gente faz muito aqui pressão. Eu estudo muito futebol. Isso ajuda não só fisicamente, mas também a entender o futebol, importante hoje e entender o futebol te coloca um pouco mais à frente. No momento que eu tive essa oportunidade eu fiquei muito feliz e ter conseguido a vitória foi bem especial – disse Gabi Nunes.

Na primeira lista de convocadas divulgada por Arthur Elias, ainda em setembro para treinos na Granja Comary, Gabi Nunes não teve seu nome relacionado. A jogadora comentou que entendeu a decisão do comandante justamente por ele conhecer seu trabalho e em um primeiro momento buscar analisar nomes aos quais não tinha tanto contato. A relação é tão próxima que Arthur Elias foi o responsável por subir a atacante da base para o profissional do Centro Olímpico.

– Quando eu fiquei sabendo que não iria na primeira convocação eu entendi justamente por ser a primeira lista dele ele querer conhecer outras jogadoras. Estava dando o meu melhor aqui no clube, esperando minha oportunidade. Quando chegou eu fiquei muito feliz porque como ele mesmo falou trabalhei desde criança com ele. Ele que me subiu para o profissional do Centro Olímpico e cuidou de todo esse desenvolvimento. Mas foi importante eu reve-lo agora depois dessa experiência na Europa. Mostrar para ele o quanto evoluí. Agora mulher e ele cuidou de quando eu era menina. Pude conversar com ele, ele pode me ver nos treinos. A gente teve aquela conversa sadia. Foi muito legal porque passamos por muita coisa no Corinthians, muitos títulos e agora estar junto na seleção é algo muito legal. O futebol é incrível. Do nada você está no clube e do nada está na Seleção. Aproveitar ao máximo essas oportunidades que ele me dá na seleção porque sei que a concorrência é enorme. Estou fazendo meu trabalho ao máximo para sempre estar na Seleção e se Deus quiser estar na lista da Olimpíada, que é um grande sonho. Desde criança a gente fala que quer jogar uma Copa do Mundo e eu tive oportunidade agora. E nas Olimpíadas é buscar essa vaga – afirmou a jogadora do Levante.

Gabi Nunes também fez parte do ciclo de trabalho da técnica Pia Sundhage. A atleta disse que aprendeu com a treinadora e ressaltou a importância da passagem da treinadora pela Seleção. Ela também comentou sobre o estilo de cada um dos técnicos, Pia e Arthur.

– Os dois colocaram seus tipos de jogo. A gente está como atleta para aprender e a gente aprendeu muito com a Pia. Ela nos ensinou muito, a gente é grata pelo que ela fez na Seleção. Em quatro anos, sim, ela agregou. E com o Arthur cada um tem seu estilo de jogo. Com a Pia aprendemos muita coisa de marcação, ser inteligente e persistente, dar nosso melhor fisicamente, aprender a defender porque sempre era nossa dificuldade. O Arthur já tem seu posicionamento no ataque, estilo de jogo, confiança de fazer as coisas de forma diferente, trocar jogadoras que a gente sabe que é super normal. Os dois tem características diferentes, mas que agregam muito pra seleção. Sei que agora o Arthur vai agregar muito para a seleção, vai nos ajudar, ensinar muito. Que eu possa continuar aprendendo com ele. Aprendi muito na vida com ele e que eu possa continuar aprendendo mais para agregar no meu futebol, melhorar e ajudar a seleção da melhor forma possível.

A atacante do Levante também falou sobre o que Arthur Elias poderá acrescentar na Seleção. Para ela, ele tem o diferencial de usar as atletas em mais de uma função e confiar no que a jogadora pode exercer. Ela garante que essa troca de posições é vital para que a jogadora tenha o entendimento do todo.

– É ter a confiança na atleta. Ele vê além do que a gente possa imaginar. A gente pensar que pode fazer só uma coisa e ele enxerga que possamos fazer, duas, três, quatro. Isso é importante para mim também. Ver além. Uma meia que vai para zaga e aprende uma posição nova. Hoje precisamos saber cada detalhe do campo para estar preparada. A Olimpíada é curta, jogos curtos um atrás do outro. É preciso estar preparada para ir lá, entrar, fazer diferente, ajudar da melhor forma possível. Tem que estar preparado. Olimpíada é tiro rápido e se queremos ganhar precisamos estar preparadas.

A seleção feminina inicia nesta segunda-feira, dia 27 de novembro, sua última data Fifa do ano. Presente na convocação, Gabi Nunes vive a expectativa por atuar com a camisa amarela novamente no Brasil. A equipe tem três amistosos agendados: no dia 30, às 15h15, enfrenta o Japão na Neo Química Arena. Logo depois, no dia 3, às 11h, encara novamente o Japão, mas desta vez no Morumbi. O encerramento do período será diante da Nicarágua, dia 6, às 18h (de Brasília), na Fonte Luminosa, em Araraquara.

– Sempre é muito especial jogar no Brasil. Sentir o calor da torcida. Eu particularmente sou de São Paulo então toda minha família vai estar presente. Jogar contra o Japão é um grande desafio. Elas foram bem na Copa do Mundo, batendo de frente com times grandes é assim que a gente evolui. É um novo ciclo, um novo jeito de jogar. Cada jogo vai ser diferente. Eu conheço o Arthur. Ver esses jogos para ver onde temos que melhorar, persistir, fazer ótimos jogos com a torcida perto. Espero que possamos ganhar e fazer a alegria do torcedor. Joga em SP com a Seleção é diferente, sentimento diferente, um sonho. Quando chego com a camisa da Seleção e olho para a arquibancada com minha família é um sentimento incrível.

Por Redação do ge — Rio de Janeiro \ GAZETAWEB

FOTO: Thais Magalhães/CBF