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Após a denúncia de agressões movida por integrantes do movimento de pessoas em situação de rua, durante a realização do bloco “Pule de Boa” nas prévias de Carnaval em Maceió, no dia 21 de fevereiro, os Ministérios Públicos Federal (MPF) e Estadual de Alagoas (MP/AL) vão apurar as circunstâncias do fato praticado, segundo as vítimas, por policiais militares.

Uma reunião ocorreu nessa quinta-feira (6), entre representantes do movimento de pessoas em situação de rua, dos MPs, da Justiça Federal em Alagoas (JFAL) e do Programa Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).

Entre as vítimas está Rafaelly Machado, coordenadora nacional do movimento de pessoas em situação de rua, que relatou ter sido agredida física e verbalmente por policiais. Testemunhas relataram que, além da violência física, Rafaelly foi insultada por sua orientação sexual, identidade de gênero e por sua atuação como defensora dos direitos humanos. Andrezza Lima, também integrante do movimento e presente à reunião, foi agredida com cassetetes e spray de pimenta.

Segundo os relatos, após as agressões, os policiais permaneceram no local para intimidar os participantes. Rafaelly denunciou que passou a receber ameaças, teve sua casa monitorada por veículos suspeitos e precisou restringir suas atividades por medo de novas agressões.
Ministérios Públicos apuram agressões contra pessoas em situação de rua durante prévias
Ministérios Públicos apuram agressões contra pessoas em situação de rua durante prévias. – Foto: Assessoria

Durante a reunião, representantes do Programa Nacional de Proteção de Defensores de Direitos Humanos confirmaram que já iniciaram as providências para proteger Rafaelly e os demais membros do movimento, com a elaboração de um plano de proteção que será analisado em reunião presencial na próxima semana.

O MPF e o MP/AL solicitaram a adoção de medidas urgentes para responsabilizar os agentes públicos envolvidos, bem como a implantação de câmeras corporais para monitorar a atuação policial.

Durante a reunião, ficou definido que um documento detalhando os episódios de violência será encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além disso, o programa tem a intenção de apresentar o caso diretamente à ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, o que será objeto de ofício dos Ministérios Públicos para viabilizar essa agenda e discutir a gravidade da situação, reforçando a necessidade de proteção institucional aos defensores de direitos humanos em Alagoas.

A Justiça Federal reafirmou seu compromisso com a defesa dos direitos das pessoas em situação de rua e se colocou à disposição para acompanhar o caso até que as devidas responsabilizações sejam apuradas e as vítimas tenham suas seguranças garantidas.

O MPF e o MP/AL afirmaram que seguem atuando para que as violações sejam investigadas e para que nenhuma violência contra defensores de direitos humanos e populações vulneráveis permaneça impune.

GAZETAWEB.COM \ *Com assessoria

Foto: Assessoria