A ausência do governador Renan Filho (MDB), de chefes de poderes, de secretários de Estado e de lideranças políticas no tradicional desfile estudantil de 16 de setembro, que aconteceu no feriado dessa segunda-feira, no bairro Jaraguá, em Maceió, pegou muito mal para o vice-governador e secretário de Educação, Luciano Barbosa.
Titular da secretaria que está sendo investigada pela Polícia Federal (PF) e por outros órgãos, sob a suspeita de existir um esquema que pode chegar a R$ 21 milhões, Luciano Barbosa amargou um isolamento político durante o evento, revelado pelas próprias fotos oficiais.
Não contar com o governador num evento desse porte já significa um desapreço do chefe de Estado ao ensino público e à comunidade estudantil. Imagine quando o secretário é o da pasta alvo da Operação Casmurros, realizada na última semana, que está desbaratando uma organização criminosa especializada em saquear dinheiro do erário.
Na festividade dos 202 anos de Alagoas, Renan Filho limitou-se a gravar uma insossa mensagem pela passagem da data, soltando-a em suas redes sociais. Apesar do escândalo que atinge o seu governo, ele prossegue mantendo silêncio sobre as investigações da Polícia Federal, numa clara tentativa de desgrudar sua imagem dessa enrascada em que Luciano Barbosa está metido. Como se fosse possível desassociar-se de seu vice e dos abacaxis de sua gestão.
No palanque oficial da Emancipação, o secretário só contou com a presença da deputada governista Ângela Garrote e de alguns auxiliares. Nenhum chefe de Poder passou por lá nem colegas secretários de Estado, que, pelo visto, resolveram seguir a estratégia adotada por Renan Filho.
Operação da PF investiga esquema que pode chegar a R$ 21 milhões
FORÇA-TAREFA
Durante a operação, foram apreendidos mais de R$ 55 mil em espécie, dezenas de extratos bancários e HDs. Por determinação da Justiça, 15 pessoas foram presas, sendo seis lotadas na secretaria que é comandada por Luciano Barbosa.
Após a apreensão do material, a expectativa é que os produtos recolhidos sejam submetidos à perícia, dando luz aos relatórios subsequentes com informações fundamentais que podem ajudar as equipes das instituições federais a desvendar o esquema criminoso, já que, segundo a Polícia Federal, apenas uma pequena parte dos pagamentos suspeitos foi analisada, restando outras dezenas.
O contrato que é alvo de investigação é entre o governo do Estado e a empresa Bioética Gestão de Pessoal. A relação entre as partes envolveu mais de R$ 70 milhões nos últimos anos.
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