O Brasil vai disputar a medalha de bronze no vôlei masculino nas Olimpíadas de Tóquio. A seleção brasileira perdeu para a equipe do Comitê Olímpico Russo (a Rússia) por 3 sets a 1, de virada, parciais de 18/25, 25/21, 26/24 e 25/23, nesta quinta-feira (5), na semifinal disputada na Arena Ariake.
O Brasil não disputará a final do vôlei masculino pela primeira vez após quatro edições dos Jogos Olímpicos. A equipe foi ouro em Atenas-2004 e no Rio-2016 e levou a prata em Pequim-2008 e Londres-2012.
O adversário na disputa do bronze será o perdedor de França x Argentina, que se enfrentam às 9h (de Brasília) desta quinta. O jogo que vale o 3º lugar está marcado para o próximo sábado (7), à 1h30 (de Brasília).
O destaque da partida foi Maxim Mikhaylov, que terminou com 22 pontos. Do lado brasileiro, o maior pontuador foi Leal, com 18.
O jogo
No primeiro set, o Brasil contou com a liderança de Leal na pontuação e com os bloqueios de Lucão para levar a melhor. Os brasileiros abriram vantagem no placar e fizeram 1 a 0 após erro de saque dos russos. Com saques forçados, quebrando o passe dos russos, o Brasil parecia ter encontrado sua melhor forma.
Tirando a bola da mão dos russos, o Brasil teve mais tranquilidade na defesa e na hora da escolha do ataque o que facilitou bastante a partida dos atacantes brasileiros que, no primeiro set, pontuaram bem.
O adversário melhorou no segundo set e logo abriu 4 a 1. Os russos ainda aumentaram a vantagem, e o Brasil até chegou a encostar mais tarde, mas não virou. Final: 25 a 21 e jogo empatado.
O terceiro set começou bastante disputado até o Brasil abrir 9 a 6, o que fez os russos parar o jogo. A equipe de Renan conseguiu manter bom ritmo e controlou boa parte da partida mas, no final, o set complicou.
“Acho que eles cresceram muito no jogo depois do terceiro set e dificultou nosso jogo. A gente tentou jogar no quarto set, eles jogaram muito bem, praticamente não erraram. Então nesse momento importante, não conseguimos rodar a bola, não conseguimos manter o nível de jogo alto”, opinou Leal após a partida.
Na reta final do set, quando o Brasil tinha aberto uma vantagem de 20 a 12, os russos conseguiram grande reação e buscaram a virada. O Brasil chegou a ter a chance de fechar o set, mas acabou perdendo por 26/24.
Com a virada incrível no terceiro set, a equipe da Rússia ganhou muita confiança para o set seguinte e o Brasil já não conseguia mais fazer saques forçados, errando muito e perdendo a confiança durante a parcial. Brasil e Rússia se alteraram na liderança no set e nenhuma equipe conseguia abrir muita vantagem. Mesmo assim, o ânimo da equipe brasileira parecia abalado.
Ao final do set, Renan colocou Douglas, que fez um bom trabalho no fundo de quadra, mas não foi o suficiente para o momento da partida virar. Os russos chegaram ao primeiro match point em 24/22 e fecharam a partida no segundo.
Renan valoriza Rússia
Após a partida, o treinador da seleção Renan Dal Zotto, valorizou a seleção da Rússia que, segundo ele, tem se mostrado uma equipe muito forte.
(Tem) Várias seleções em condições do pódio, o Brasil é uma delas. Mas com certeza a equipe da Rússia é uma dessas top de linha, que tá demonstrando nesse momento. Estão em plena forma, em plena condição de merecidamente chegou onde chegou”, disse o treinador. “O potencial eles tem é incrível, uma equipe jovem, gigante. O voleibol está assim”.
Renan disse ainda que o Brasil “precisa estar no pódio”, mostrando que é uma das grandes equipes do mundo.
Coisa mais importante é que o Brasil tem que estar entre melhores sempre. Tem que estar no pódio, então o nosso grande desafio agora é estar ali, disse.
O capitão, Bruninho, também falou em “olhar para a frente”, já projetando a disputa pela medalha de bronze, que acontece no próximo sábado (7).
“Não tem tempo para lamentar, entender que tem o mérito dos adversários também e agora apagar isso aí e ir pra frente”, disse o levantador. “O bronze para a gente conta muito, a gente cara a gente sabe o quanto a gente merece, o quanto a gente trabalha, o quanto a gente se dedica”.
Apoio na Arena Ariake
No começo da competição de vôlei, era possível ouvir os barulhos de textos digitados em teclados. Na semifinal, tudo mudou. A galera veio em peso assistir, entre voluntários, integrantes dos comitês olímpicos e imprensa. Mesmo sem a presença de público, a Ariake Arena ferveu com os presentes que também apoiaram muito as respectivas equipes com bandeiras, gritos de apoio e coreografias.
Além da nadadora Ana Marcela, o mesatenista Hugo Calderano também estava entre a “torcida” do Time Brasil no confronto entre Brasil e Rússia, pela semifinal do vôlei das Olimpíadas de Tóquio. Quando era mais novo, Hugo chegou a tentar carreira no vôlei e integrou a seleção de base do Rio de Janeiro.
UOL
FOTO: Wander Roberto/COB