Sexto colocado no Mundial, ainda sem vitórias na temporada e com apenas quatro pódios após 12 corridas, todos na terceira posição. O ano de 2022 não tem sido fácil para Lewis Hamilton.
Nem por isso, no entanto, ele deixou de adicionar marcas a seu impressionante currículo na F1. Neste domingo (24), no GP da França, no autódromo de Paul Ricard, o inglês chegará à sua 300ª corrida no maior campeonato do automobilismo mundial.
Somente cinco pilotos quebraram a barreira tricentenária na categoria: o finlandês Kimi Raikkonen (350), o espanhol Fernando Alonso (345) –ainda em atividade aos 40 anos–, o brasileiro Rubens Barrichello (323), o alemão Michael Schumacher (307) e o inglês Jenson Button (306).
Com mais 11 corridas até o fim da temporada, Hamilton terá a chance de terminar o ano em quarto nesse ranking, com 310 provas. Aos 37 anos, com sete títulos, 103 vitórias e 103 poles, o piloto da Mercedes considera sua estreia na F1, no GP da Austrália de 2007, quando tinha 22 anos, como a corrida mais importante de sua carreira –ele terminou em terceiro.
“Alcançar seu sonho é uma experiência muito surreal”, afirma Lewis Hamilton. “Chegar ao primeiro Grande Prêmio em 2007 depois de uma quantidade de noites sem dormir em família, quando nós não sabíamos se alcançaríamos nosso sonho, mas nunca desistindo de estar lá, é o verdadeiro destaque.”
Naquele ano, ele se juntou a Fernando Alonso na McLaren e, logo na sexta etapa, conseguiu sua primeira vitória, no GP do Canadá, onde também obteve a primeira pole. Ele foi vice-campeão. Apesar da série de recordes que alcançou ao longo de sua trajetória, o heptacampeão costuma dizer que não dá atenção aos números. No entanto, há uma escrita que pode ser motivo de preocupação.
Nenhum dos cinco pilotos que passaram dos 300 GPs na F1 conseguiu vencer uma etapa depois de quebrar a barreira tricentenária. Com o que a Mercedes apresentou até a metade desta temporada, não será fácil para Hamilton quebrar o tabu. A equipe tem exibido certa evolução nas últimas corridas, porém ainda não tem um carro capaz de brigar com os da Ferrari e da Red Bull.
De qualquer maneira, o inglês procura demonstrar otimismo e diz não se incomodar com o fato de viver o seu maior jejum de vitórias na categoria, com 12 provas sem subir ao lugar mais alto do pódio. Antes, em três ocasiões, sua maior sequência sem triunfos era de dez corridas.
“Não me incomoda porque estou trabalhando para conseguir essa vitória”, disse. “Acredito que em algum momento seremos capazes de competir com esses caras. Seja neste domingo ou em cinco corridas.”
Único piloto na história que venceu ao menos uma corrida em todas as suas t”emporadas na F1, Hamilton cruzou em primeiro pela última vez no GP da Arábia Saudita, o penúltimo da temporada 2021.
Na disputa derradeira do Mundial, ele liderava em Abu Dhabi até a última volta, quando foi superado pelo holandês Max Verstappen, da Red Bull. Um erro da direção de prova na condução do procedimento para a saída do “safety car” da pista permitiu a aproximação e a ultrapassagem do holandês.
Apesar da disputa emocionante com Verstappen e da antagonismo que construiu com ele, ao refletir sobre sua carreira antes de chegar à 300ª corrida, Hamilton definiu Fernando Alonso como maior rival que teve nas pistas. “Lembro-me da tarefa de estar ao lado de Fernando quando tinha 22 anos, era tão jovem mentalmente”, disse. “É muita pressão enfrentar um grande como ele, em ritmo puro e habilidade. Diria que é o Fernando [o maior adversário], tivemos boas batalhas.”
Alonso, que estreou na F1 em 2001, não desafia Hamilton desde que saiu de Ferrari, em 2014. Atualmente, ele corre pela Alpine e fez questão de exaltar a marca que o antigo companheiro vai alcançar.
“Ele tinha talento em 2007 e ainda tem talento agora. Lewis tem sido um grande piloto, uma lenda do nosso esporte”, definiu o espanhol.
POR: Folhapress
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