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O ministro Renan Filho (MDB) teve seu nome envolvido em um golpe aplicado pela quadrilha flagrada pela Operação Alto Escalão, da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). O alagoano, assim como várias autoridades do primeiro escalão do Governo Lula, tinha seu perfil em aplicativos de mensagens clonado pelos golpistas para extorquir dinheiro de diretores e presidentes de órgãos públicos e privados através de Pix.

Além de Renan Filho (Transportes), foram divulgados o nome de outros ministros: Juscelino Filho (Comunicações), Camilo Santana (Educação), Rui Costa (Casa Civil), Luiz Marinho (Trabalho) e Carlos Lupi (Previdência Social).

Em suas redes sociais, Renan Filho não fez nenhuma declaração ou publicação sobre o assunto até o fechamento desta edição, o perfil do Instagram, por exemplo, seguiu com a divulgação da agenda normalmente.

A investigação começou há seis meses, quando alguns dos ministros que tiveram seus nomes utilizados fizeram a denúncia. De acordo com a PCDF, a ida aos endereços residenciais dos investigados foi para coletar novas provas e informações visando o aprofundamento da investigação.

Os agentes da 5ª Delegacia de Polícia trabalharam em cooperação com as polícias civis de Pernambuco e da Paraíba, e também contaram com a colaboração dos gabinetes de alguns ministros que tiveram suas imagens e nomes utilizados indevidamente. Foram identificados dez integrantes do grupo criminoso, todos residentes nos estados de Pernambuco e Paraíba.

A investigação é sobre dois tipos de crime: fraude eletrônica e associação criminosa. No caso de fraude, o código penal prevê uma pena de quatro a oito anos de prisão. No caso de associação criminosa a pena é de um a três anos de prisão.

O GOLPE

De acordo com o que a PC descobriu, os criminosos de passavam por autoridades do primeiro escalão do Poder Executivo do País, especialmente por ministros de Estado, e entravam em contato com diretores e presidentes de órgãos públicos e privados pedindo ajuda.

A mensagem alegava a necessidade de ajudar outras pessoas com a transferência via Pix. Assim como em golpes que acontecem muito com pessoas comuns, os autores diziam que os ministros não poderiam transferir diretamente, pois não poderiam vincular seu nome a tal pessoa e que depois de feito o pagamento solicitado, eles ressarciriam a vítima.

Em um dos casos, que a polícia não identificou o nome de quem foi utilizado, os autores contataram o presidente de uma associação comercial, sediada no interior de São Paulo, se passando por um ministro e dizendo que estavam com uma demanda na cidade vizinha.

Em seguida, disseram que uma pessoa ligada ao falso ministro teria falecido naquela cidade e que precisaria passar alguns recursos financeiros para a família, mas não conseguia efetivar a transação financeira. Dessa forma, pediu para que alguém da associação fizesse por ele com a promessa de que, logo, haveria o ressarcimento.

Diferente dos golpes que acontecem com pessoas comuns, essa quadrilha tinha acesso a informações estratégicas, sabendo a agenda das autoridades públicas pelas quais se passavam, pois, tal ministro teria tido um compromisso político naquela mesma região, dias antes, e a associação comercial vítima teria participado do encontro.

A partir da operação de terça-feira (7), os policiais tentam identificar o número de vítimas enganadas e de autoridades públicas utilizadas pelo grupo criminoso, como também quantificar o total de lucro obtido com os crimes perpetrados e o destino dado a tais valores.

Por Emanuelle Vanderlei – Colaboradora / Tribuna Independente com agências

Foto: Assessoria