Os trotes para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em Alagoas tiveram uma redução de 22,06% entre os meses de janeiro e outubro deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado. Enquanto de janeiro a outubro de 2017 o Samu Alagoas recebeu 544.568 chamados, sendo 355.420 trotes, nos dez primeiros meses de 2018 as Centrais do Samu de Maceió e Arapiraca receberam 489.448 ligações e 277.009 trotes.

O Samu Alagoas funciona 24 horas por dia, durante todos os dias da semana, realizando diversos tipos de atendimento. As bases espalhadas a cada 30 km possibilitam a total cobertura da população nos 102 munícipios de Alagoas. Entre as principais solicitações para os socorristas do número 192 estão os acidentes de trânsito, quedas da própria altura, quedas de altura, afogamentos, casos obstétricos e situações onde o paciente apresenta grande perda de sangue, como em violência por arma de fogo e arma branca.

Mesmo prestes a completar 15 anos em Alagoas, o número de trotes ainda é considerado alto. De acordo com o supervisor do Samu Maceió, major Dárbio Alvim, os números são elevados, mas estão caindo graças aos projetos contínuos de conscientização que têm sido desenvolvidos pela instituição.

“A diminuição dos trotes só está sendo possível pela mudança de consciência da população, que entende os prejuízos que isso pode trazer à sociedade. Temos conseguido essa redução graças aos projetos educativos ?Samu nas Escolas? e ?Conheça o Samu?, que levam ensinamentos sobre o serviço até a população”, destaca o supervisor.

Trote é Crime

Dárbio Alvim lembra que o trote é crime tipificado no artigo 266 do Código Penal Brasileiro, cuja pena vai desde o pagamento de multa à detenção, e pode ter as penalidades duplicadas em situações de calamidade pública. “Os Técnicos Auxiliares de Regulação Médica (Tarms) são treinados para identificar esse tipo de ligação. Quando suspeitam de um trote, pedem para o solicitante repetir o nome, o endereço, o contato telefônico e, nestes casos, ou a pessoa desliga o telefone ou repete a informação diferente do que foi descrito na primeira vez”.

O supervisor do Samu Maceió ressalta que, quando os Tarms estão atendendo a ligação falsa, deixam de atender quem realmente precisa do atendimento de urgência . “Por isso, reduzir o número de trotes para o Samu é muito importante. Representa evitar sequelas de pacientes e salvar vidas”, destaca.

Projetos Educacionais

O Samu nas Escolas acontece em parceria com a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), como um projeto de extensão, desde o ano de 2014. Atualmente participam do projeto 66 acadêmicos dos cursos de serviço social, medicina e enfermagem oriundos da Ufal, do Centro Universitário Tiradentes e do Centro Universitário Cesmac.

O projeto leva noções de primeiros socorros para crianças do Ensino Fundamental de escolas privadas e públicas da capital alagoana. São disseminadas informações sobre o que fazer em caso de quedas, engasgos, queimaduras, desmaios e como socorrer vítimas de choque elétrico, além de alertar que o trote tem consequências.

Já o ?Conheça o Samu? é um projeto onde os próprios socorristas falam sobre primeiros socorros, trotes e levam ações de prevenção à saúde, como a aferição da pressão arterial, vacinação e teste rápido de HIV. As ações já aconteceram nos municípios de Maceió, Arapiraca, Murici e União dos Palmares.

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