As tradicionais boleiras do bairro do Riacho Doce, bastante conhecidas por quem passa pela rodovia em direção ao Litoral Norte, estão pedindo socorro para melhorar suas condições de trabalho e manter a tradição. Esse negócio de família, passado de geração em geração, cativa clientes pelo paladar e mantém viva uma produção artesanal de guloseimas que movimenta a economia informal e gera renda para centenas de famílias.

Mas as boleiras estão vivendo momentos difíceis. O aumento do preço de todas as matérias primas, o baixo movimento de turistas e motoristas, o péssimo local de trabalho, sem nenhuma estrutura e a insegurança motivada pela onda de assaltos, que faz com que elas fechem bem mais cedo, está fazendo muitas artesãs desistirem da profissão, colocando em risco uma tradição que já dura mais de 50 anos.

Para tentar reverter essa situação, as boleiras pretendem criar uma associação. Primeira reivindicação junto à Prefeitura de Maceió, ou quem possa ajudar, é criar uma estrutura própria, tipo quiosques. No bairro existe uma grande área vazia, ao lado do campo de futebol, em frente ao mar, que poderia se transformar numa espécie de ponto turístico, onde vans, micro ônibus e táxis poderiam parar para que turistas pudessem fazer suas compras.

Riacho Doce ganhou fama nos últimos 30 anos pela presença das tradicionais boleiras, mulheres que fabricam de forma artesanal diversos quitutes em fornos de barros abastecidos a lenha. Como o nome do bairro já indica, Riacho Doce é um lugar de sabores moldados aos costumes populares. As receitas das guloseimas, que são produzidas e comercializadas à beira da rodovia AL-101, foram passadas oralmente entre as mulheres do lugar, que detém as receitas, mas que não têm a menor ideia de como a tradição da gastronomia popular começou.

Nos cestos destas alagoanas que transformam ingredientes da culinária popular em guloseimas podem ser encontrados bolos de milho e macaxeira, suspiros, tapiocas, pé de moleque, beijus, brasileiras e tapiocas. Os fornos artesanais estão espalhados por todo o bairro, localizados nos quintais das residências familiares e até mesmo a beira-mar. O certo é que a tradição da culinária popular resiste conquistando o paladar de alagoanos e turistas, movimentando a economia local e resistindo ao tempo. A fabricação das guloseimas gera renda para as famílias e muita satisfação para quem prova.

Fonte: Tribuna Independente