A eleição presidencial em 2018 foi atípica, polarizada entre Fernando Haddad do PT e Jair Bolsonaro do PSL, que acabou eleito e no dia 1º de janeiro, vai colocar em prática muitas das promessas que dividiram opiniões. Uma delas é reduzir quase que metade dos 29 ministérios existentes na estrutura do governo federal, entre eles o Ministério do Esporte. Com isso, o CadaMinuto Press foi em busca de desportistas e autoridades locais, ligadas ao esporte, para avaliar as possíveis decisões do novo presidente, no que trata do esporte.

Apesar de não ter confirmado oficialmente, o que só poderá fazer a partir do momento que tomar posse, Bolsonaro não coloca o esporte como uma prioridade do governo e assim, pode rebaixar o ministério para uma secretaria subordinada a pasta da educação.

A informação já foi comentada inclusive, pelo atual ministro do esporte, Leandro Cruz, em entrevista à “Folha de São Paulo”, quando alegou que o esporte não será prioridade e gradativamente o investimento que já não é dos maiores, irá diminuir.

Neste ano o orçamento destinado ao esporte nacional foi de R$ 1,516 bilhão, que representa 4% do orçamento da União. O repasse é menor que 2017, quando foi destinado R$ 1,664 Bi, que 2016 com R$ 1,899 Bi e R$ 3,450 Bi.

Dessa forma, se a pasta do esporte deixa de existir, um “efeito dominó deve acontecer por todo país, com o corte de repasse e a extinção de programas como Bolsa Atleta, Segundo Tempo, Brincando com Esporte, Esporte e Lazer da Cidade (Pelc) e Vida Saudável (VS), além do esporte olímpico e paralímpico, futebol feminino, entre outros projetos.

AUTORIDADES ALAGOANAS PREOCUPADAS

Em Alagoas, desportistas e autoridades já demonstraram preocupação com a possibilidade. Secretária de Estado do Esporte, Lazer e Juventude de Alagoas, Claudia Petuba, avalia a grande expectativa para o novo governo, diante das propostas que foram feitas, mas pondera quanto aos efeitos.

“As expectativas são grandes para o Governo Bolsonaro. Muitas coisas foram ditas ao longo da sua campanha e pré-campanha, mas como sua postura já mudou após o resultado, não temos ao certo como saber o que foi frase eleitoreira para chamar a atenção, do que era uma proposta para o governo de fato. A única certeza é de que seu governo seguirá a lógica privatista, ou seja, reduzir o tamanho da máquina estatal, reduzir os investimentos públicos e estimular a atuação do setor privado. Desta forma, se espera que todas as áreas sociais, incluindo o esporte, passem por um corte de recursos. O esporte necessita do poder público para ser fomentado com recursos e responsabilidades definidas claramente para os Governos Federal, Estaduais e Municipais. Se a União deixar de cumprir com o papel que vem exercendo no último período de manter ações importantes como o Bolsa Atleta e programas sociais, o esporte sofrerá um grande retrocesso, opondo-se à última década em que o esporte recebeu as maiores parcelas de investimento público”, avaliou.

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