Com um calor de mais de 30ºC, é muito difícil resistir à tentação de ficar em um ambiente com um ar condicionado e, de preferência, com uma temperatura bem baixa. O entra e sai de lugares mais frescos para outros mais quentes pode causar problemas de saúde. Mas quais as consequências do uso excessivo do ar condicionado?

Não existe um tempo mínimo ou máximo para a exposição ao ar fresco, porém, a manutenção periódica do equipamento é recomendada. Para pessoas que já têm doenças como rinite, sinusite, asma ou bronquite, o ideal é manter a hidratação. “Os problemas são pequenos e relacionados ao ressecamento das vias respiratórias, ou seja, nada muito grave se a pessoa repuser os líquidos. Mas o ar condicionado precisa estar com a manutenção em dia”, ressalta o médico Marcelo Vivolo Aun, diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia.

Para fazer a hidratação adequada, é necessário ingerir uma boa quantidade de líquidos ao longo do dia e a umidificação das vias aéreas, com soro fisiológico nasal, por exemplo. Algumas pessoas pensam que os pacientes que são alérgicos não podem ficar expostos ao ar condicionado, mas essa informação é falsa, de acordo com o médico Marcelo Vivolo Aun: “Ácaros e fungos, importantes causadores de alergias respiratórias, não sobrevivem em ambientes com ar frio e seco, que é o que ocorre pelo uso de ar condicionado. Isso quer dizer que o aparelho pode ser benéfico no controle da quantidade desses alérgenos”.

O diretor da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia acrescenta que, nos Estados Unidos, é recomendável que pacientes com alergias tenham ar condicionado em casa para diminuir o contato com ácaros e fungos. “Porém, se for um aparelho não limpo adequadamente, na periodicidade correta, os dutos ficam repletos desses agentes, que podem voltar ao ambiente e serem inalados a cada novo uso”, afirma.

A periodicidade de limpeza do ar condicionado vai depender a instrução de cada fabricante do aparelho. Em todos os casos, se houver algum desconforto respiratório, o mais aconselhado é consultar um especialista.

Estadão