O juiz Geraldo Amorim, da 9ª Vara Criminal da Capital, decidiu levar à juri popular Daniel Galdino Dias, acusado da “Chacina de Guaxuma”. O crime, ocorrido em novembro de 2015, deixou mortas quatro pessoas da mesma família, entre elas, duas crianças de nove e dois anos.

De acordo com a decisão, publicada no Diário de Justiça Eletrônico, ele será julgado pelo assassinato do caseiro Esvaldo Soares de Oliveira Santos, de 28 anos; da esposa dele, Genilza de Oliveira Santos, de 27; e dos filhos do casal, Estérfany de Oliveira Santos, de 9 anos, e Adrian Guilherme de Oliveira Santos, de dois.

Além disso, ele vai a julgamento ainda pela tentativa de homicídio contra a vítima sobrevivente do massacre, outro menor de idade também filho de Esvaldo e Genilza. O menino, que foi socorrido e levado para Hospital Geral do Estado, reconheceu o suspeito e o apontou como responsável pela chacina.

Daniel Galdino foi denunciado pelo Ministério Público em março de 2016. Na ação penal proposta, o promotor José Antônio Malta Marques assegurou que o acusado agiu de “forma consciente, voluntária e, com animus necandi, (dolo, vontade, intenção de matar), praticou, com requintes de crueldade, um bárbaro homicídio”.

Testemunhas

Na ocasião, testemunhas foram ouvidas pelo juiz titular da 9ª Vara Criminal da Capital. Só que, na decisão publicada no Diário de Justiça, o magistrado determinou abertura de um inquérito policial para apurar a possibilidade de testemunhas e declarantes terem cometido falso testemunho em seus depoimentos.

Uma delas, teria falado sobre a participação de uma pessoa chamada Charles Muniz. Segundo a declaração, o homem teria falado sobre o crime dentro do presídio e, além dele, o massacre teria envolvimento ainda de “Kall Pitbull” e outros dois indivíduos citados apenas como Bruno e Bruna.

Pontos contraditórios de outros depoimentos também foram destacados por Geraldo Amorim, que solicitou que a autoridade policial apure eventual responsabilidade por afirmação falsa ou negativa ou omissão da verdade. Ele também pede que o HGE encaminhe relatório médico sobre a vítima sobrevivente.

O caso

Quatro pessoas de uma mesma família, sendo dois adultos e duas crianças, foram assassinadas a golpes de facão no Sítio Doce Mel, localizado no bairro de Guaxuma, em Maceió, no Litoral Norte. O crime aconteceu em 2015 e deixou como sobrevivente um garoto de cinco anos.

A criança sofreu um corte profundo na testa e passou por intervenção cirúrgica delicada. Segundo a polícia, o menino teria fingido estar morto para não despertar a atenção do criminoso. Ao chegarem ao local após uma denúncia anônima, os policiais encontraram os corpos e o menino agonizando em uma área do sítio.

De acordo com a política, a motivação da chacina seria o roubo de dinheiro para a compra de uma embarcação. Indiciado pelos assassinatos, o pescador Daniel Galdino Dias, de 31 anos, já respondia por roubos cometidos em Paripueira e em Maceió. Ele foi reconhecido pelo único sobrevivente.

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