Os crimes que vitimaram os irmãos Josivaldo Ferreira Aleixo e Josenildo Ferreira Aleixo, além do pedreiro Reinaldo da Silva Ferreira, completam três anos nesta segunda-feira (25), mas o caso ainda não foi submetido a julgamento.

O fato aconteceu no dia 25 de março de 2016, em um trecho da Rua São Pedro, no conjunto Village Campestre II, no Cidade Universitária, em Maceió. Já a prisão preventiva do cabo da Polícia Militar (PM) Johnerson Simões Marcelino, acusado do crime, foi decretada em março do ano passado, pelo juiz Geraldo Cavalcante Amorim, titular da 9ª Vara Criminal da Capital.

Na manhã de hoje, por sua vez, o assistente de acusação Pedro Montenegro pediu providências ao Poder Judiciário quanto ao desfecho do caso. Conforme explicou, o réu havia impetrado um recurso contra a sentença de pronúncia proferida pelo juiz Geraldo Amorim, mas a demanda aguarda, desde janeiro deste ano, posicionamento por parte da Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas (TJ/AL), sob a responsabilidade do desembargador João Luiz.

“Hoje faz três anos deste caso, que ainda está pendente de julgamento. A Câmara Criminal, inclusive, negou, por unanimidade, o Habeas Corpus [HC] impetrado pelo réu. Que a justiça seja feita”, disse Montenegro.

A assessoria de comunicação do TJ afirmou que irá encaminhar um posicionamento acerca do caso.

RELEMBRE O FATO

No dia 25 de março de 2016, os irmãos Josivaldo Ferreira Aleixo e Josenildo Ferreira Aleixo – que possuíam deficiência mental -, além do pedreiro Reinaldo da Silva Ferreira, teriam sido assassinados em um trecho da Rua São Pedro, no conjunto Village Campestre II, no Cidade Universitária, parte alta de Maceió, durante uma abordagem policial.

Testemunhas confirmaram, à época, que dois militares da guarnição iniciaram agressivamente as revistas, razão pela qual Josenildo, a vítima maior idade, ao assistir o irmão ser agredido, passou a defender Josivaldo. Teria sido nesse momento que o denunciado, que assistia à abordagem, efetuou os disparos, atingindo os irmãos, militares da guarnição e o pedreiro.

O cabo ainda pediu apoio a uma segunda guarnição, que fez o socorro dos policiais feridos. Enquanto isso, outros PMs ficaram no local. Um deles, o soldado Jailson, teria dado apoio ao cabo para forjar a cena do crime.

DENÚNCIA

O cabo Johnerson foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE), pelo crime de homicídio doloso e duplamente qualificado. Também responde por homicídio culposo pela morte do pedreiro Reinaldo da Silva Ferreira, ocorrida na mesma ocasião. A investigação policial apontou que o pedreiro foi vítima de uma bala perdida, quando os tiros foram disparados contra os irmãos.

A prisão preventiva do militar foi decretada em março do ano passado, pelo juiz Geraldo Cavalcante Amorim, titular da 9ª Vara Criminal da Capital.

Segundo o MP, Johnerson Simões Marcelino ainda responderia, em conjunto com o soldado Jailson Stallaiken Costa Lima, por fraude processual, já que ambos teriam implantado armas e munições entre os pertences das vítimas. Em depoimento à polícia, o cabo teria afirmado que os irmãos estavam armados e reagiram à abordagem, justificando os disparos feitos pelo militar.

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