O Dia Nacional em Defesa do Rio São Francisco é comemorado nesta segunda-feira (3), em 507 municípios de seis estados do País e mais o Distrito Federal. A data, instituída pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), tem como objetivo reforçar a importância de preservação do “rio da integração nacional”. Em Alagoas, as ações, que fazem parte da campanha “Eu Viro Carranca para Defender o Velho Chico” foram concentradas na cidade de Pão de Açúcar e prosseguem até o próximo sábado (8), quando acontecerá uma campanha com alunos da rede pública municipal para a limpeza da margem do “Velho Chico”.

Além da cidade alagoana, as atividades acontecem na cidade de Três Marias (MG), Bom Jesus da Lapa e Juazeiro (BA). Em Pão de Açúcar, as ações para conscientização da população sobre a preservação do rio tiveram início no domingo (2), com uma ampla mobilização social, que contou com apresentações de dança, música e teatro, além de recital de poesia e regata com canoas e botes.

De acordo com a secretária de Educação, Cultura, Esporte e Turismo de Pão de Açúcar, Ana Valéria Peixoto, para além das atividades da campanha, o município mantém o “Barco Escola”, onde estudantes e moradores recebem aulas de educação ambiental durante todo o ano, como reforço às ações de preservação do rio. “Nesta semana ainda teremos concurso de redação e de fotografia, como forma de voltar e ampliar o olhar dos alunos da rede para a importância e a necessidade urgente de preservar o São Francisco”, assegurou.

Já o ambientalista e membro do CBHSF Antônio Jackson Borges Lima, um dos defensores para que Pão de Açúcar fosse a cidade escolhida para a campanha em Alagoas, destacou as belezas naturais da localidade a partir do rio.

“Aqui é onde considero que temos a praia mais bonita de todo o rio São Francisco, a maior orla em termos de praia e uma cidade que tem uma história de cultura e luta, através de muitos representantes envolvidos com a defesa do rio. Colocar uma ação em cada Câmara Consultiva Regional foi uma escolha acertada do comitê. Acredito que a campanha deixará uma semente em cada cidade para a luta de revitalizar o rio. Afinal, precisamos garanti-lo para as futuras gerações”, destacou o ambientalista.

Mesmo com a grande importância econômica e social que possui, o São Francisco ainda aguarda pelo projeto de revitalização da bacia hidrográfica, lançado em 2016 na gestão do ex-presidente Michel Temer, mas que até então ainda não saiu do papel, segundo informou o vice-presidente do CBHSF, Maciel Oliveira. Apesar do atraso e das consequências como a falta de saneamento básico dos municípios ribeirinhos, assoreamento, a destruição da mata nativa e a “morte lenta” em que o rio se encontra, ele destacou as ações já executadas pelo comité para a preservação do Velho Chico.

“Recuperamos mais de 500 nascentes na bacia hidrográfica do Piauí, que deságua no São Francisco, pois, sem isso, não teríamos água na calha para abastecer o rio”, pontuou Maciel. Outro projeto de grande importância, conforme ele, foi a execução do plano de saneamento básico para mais de 70 municípios alagoanos, passo fundamental e sem o qual as prefeituras não poderiam buscar recursos junto ao governo federal, que exige o documento para a liberação de verbas às obras de esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais e abastecimento.

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