O procurador-geral de Justiça de Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, também reagiu contra a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender as investigações com base em dados compartilhados pelo Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] e pela Receita Federal, sem autorização prévia da Justiça. Para ele, a medida afeta e traz um grave e grande retrocesso às investigações criminais no País.

Gaspar está de férias e gravou um áudio de quase um minuto contendo o seu posicionamento acerca da determinação do líder da Suprema Corte, que surpreendeu membros do Ministério Público no Brasil inteiro.

“Esta decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, de suspender as investigações com base no Coaf, e também não permitindo compartilhamento destes dados com o Ministério Público traz um grave e grande retrocesso às investigações criminais no País. Além disso, afeta, principalmente, àquelas que combatem os crimes de colarinho branco e as organizações criminosas violentas”, reagiu o procurador-geral de Justiça.

Segundo ele, o MP repudia a medida do STF e, mais do que isso, “deve esclarecer à sociedade que isto foi um retrocesso em um momento tão crítico da vida nacional”.

Reações

Outros chefes do Ministério Público do Brasil também se pronunciaram contra a suspensão. Um deles foi Gianpaolo Smanio, do MP de São Paulo. Ele disse ao G1 que a medida afetará especialmente as investigações envolvendo a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

A decisão de Toffoli atendeu a um pedido do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente da República. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) impetrou no STF um recurso para que possa se manifestar sobre a decisão.

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