Com voto “não”, o senador Fernando Collor (PROS) rejeitou o texto da Reforma da Previdência analisado pelo plenário do Senado Federal, nessa terça-feira (1º). Na visão do senador, a proposta apreciada penaliza o trabalhador brasileiro, sepulta conquistas históricas e tem vício de origem por privilegiar o aspecto fiscal em detrimento do social.

De acordo com Collor, a proposta que acabou sendo aprovada deveria ter sido substituída por uma mais adequada, conciliando em seu texto o equacionamento fiscal com o fortalecimento da cidadania e a garantia da justiça social. A matéria deverá ser analisada na semana que vem, em segundo turno, pela Casa.

“Votar a favor da proposta seria incoerente com a minha história e um desrespeito ao meu modo de pensar. É em razão desse conjunto indivisível de valores que cultivo e pratico, que votei contra a chamada Reforma da Previdência! Se ela é necessária, não pode ser feita a qualquer custo!”, defendeu o senador.

A sugestão apresentada por Collor, em conjunto com o senador Paim e associada a outras, no sentido de definir o salário mínimo como limite inferior da pensão por morte foi aprovada pelos senadores. “É um importante avanço, que busca garantir a subsistência dos pensionistas e de suas famílias”, expôs Collor.

O senador ressaltou que a importância da atualização da Previdência é conhecida por todos, mas é preciso lembrar que soluções para o aspecto fiscal não podem desconsiderar a questão social. Ele citou, ainda, o Projeto de Reconstrução Nacional, proposto em sua Presidência, em 1990, que foi reconhecido até mesmo por Roberto Campos, no seu livro de memórias “A Lanterna na Popa”, “como um conjunto sólido e bem acabado de propostas liberais para o Brasil recuperar a estabilidade e crescer”.

“Acreditava na época e continuo a acreditar hoje que o caminho para o desenvolvimento passa pelo social liberalismo, por uma estratégia moderna que harmonize liberdade, eficiência e equidade, que busque eliminar a vergonhosa combinação de privilégio e penúria que insiste em caracterizar nossa estrutura social”, frisou o parlamentar.

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