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Em fase final de tramitação no Congresso Nacional, a reforma da Previdência foi um dos pontos discutidos junto com o empresariado alagoano na palestra que o vice-presidente da República Hamilton Mourão proferiu na tarde desta quinta-feira, 03, na capital alagoana.

Para Mourão, a reforma faz parte de um conjunto de medidas necessárias para a retomada do crescimento, um dos pontos principais da agenda econômica do governo Bolsonaro.

“Estamos fechando essa votação [da reforma] no Senado. A Câmara já fez o seu trabalho, o Senado está terminando o seu. É o pacote ideal? Não, é a arte do possível. Foi negociado com paciência, com determinação e clareza. Provavelmente daqui a seis anos vamos ter que voltar a batalhar nesse assunto”, alerta o vice-presidente.

“O sistema [previdenciário] que nós tínhamos não parava mais em pé. Virou uma pirâmide, onde os mais velhinhos como eu chegamos na frente e vamos receber; e garotada vai trabalhar até o túmulo e não vai ganhar nada. Se a gente não agisse, iríamos romper com um dos pilares da civilização ocidental, que é o pacto de gerações, onde eu não posso passar o bastão com um país pior do que aquele que recebemos”, completou para a plateia de empresários no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), em Maceió.

Mourão veio a Maceió a convite do presidente da Fiea, José Carlos Lira. Após cerca de 1h15m de palestra, Mourão foi homenageado com uma placa e fez questão de ler o conteúdo. “Para ogulho da Indústria de Alagoas, o senhor Vice-Presidente da República Federativa do Brasil, General Antonio Hamilton Martins Mourão proferiu especial palestra para os empresários e apresentou suas principais ideias para a construção de um Brasil mais forte, justo e desenvolvido. Maceió, 3 de outubro de 2019. José Carlos Lira de Andrade, presidente da FIEA. Muito obrigado pela homenagem”.

Depois de palestrar, o vice-presidente informou que iria a Marechal Deodoro, Litoral Sul de Alagoas, para visitar o museu de Marechal Deodoro. “Compromisso histórico”, resumiu o general.

Recolocar o país nos trilhos

Hamilton Mourão colocou o restabelecimento da confiança no país e nas instituições como um passo fundamental para a retomada do crescimento do país

“Um dos passos para retomar o crescimento é acertar as contas públicas, ter previsibilidade nas contas públicas. Para recolocar o país nos trilhos é necessário restabelecer a confiança no país e nas instituições. Porque economia é confiança, economia é relação. E sem confiança, a relação naufraga. É a mesma coisa entre eleitores e eleitos; investidores e governo. A retomada do crescimento é a prioridade”, teorizou o vice-presidente.

Veja outros tópicos abordados por Mourão durante a palestra.

Privatizações

“Temos que partir para as privatizações e concessões. Privatizar aquilo que puder ser privatizado. Esperamos com essas concessões de aeroportos, estradas, terminais portuários, linhas de transmissão, o setor de petróleo e gás, agora com o leilão da cessão onerosa do pré-sal, arrecadar R$ 1.6 trilhão nos próximos 10 anos. Isso é uma quantidade de recurso extramamente significativo”.

Segurança pública: legislação penal

“É fundamental que a legislação penal seja mudada. Não podemos continuar a conviver com uma legislação penal onde uma pessoa mata alguém e cinco anos depois está na rua, enquanto a família ainda está chorando. Temos que tratar da questão dos crimes cometidos por menor de idade, sem paixões ideológicas. Um rapaz de 16, 17 anos que mata alguém… Tivemos agora um caso lá em São Paulo se não me engano, de um menino de 12 anos que matou uma menina de 9 a pauladas. São coisas que temos que discutir. O mundo mudou”.

Sistema prisional

“Nossas prisões não podem ser masmorras medievais, como muitas são, nem colônia de férias de bandido. Bandido de alta periculosidade tem que estar isolado. Não tem visita íntima, não tem nada. Ele vai pagar. O cara matou 15, 20 pessoas. E aqueles de menor periculosidade têm que estar em locais onde vai trabalhar, ressocializar realmente”.

Meio ambiente: energia renovável

“Também quero destacar que 88% da energia consumida no Brasil é energia renovável. Ou é hidrelétrica, ou é eólica, ou é fotovoltaica. O resto do mundo é só 25%. Ou seja, o resto do mundo queima petróleo e carvão, e o Brasil é acusado de ser o predador do meio ambiente”.

Paulo Victor Malta com redação
TNH/1