Após momentos de pânico, violência e terror vividos pelos passageiros do ônibus interestadual assaltado na AL-101 Sul, as vítimas ainda precisaram esperar 1h para registrar o Boletim de Ocorrência (BO) na Central de Flagrantes I, porque a delegacia estava “fechada” para atender a um preso de alta periculosidade, que se encontrava sob custódia.

“Viemos do Rio de Janeiro para nossa lua de mel e passamos por diversos lugares, chegando aqui fomos surpreendidos. Não pouparam nem nossa aliança. Depois de tudo que passamos, chegamos aqui à delegacia e não tivemos atendimento. Pelo que eu entendi, é um assalto recorrente, não fomos o primeiro. Então, você vê que é um problema crítico de Segurança Pública. É triste! Viemos do Rio para conhecer a cidade e tivemos essa experiência. As pessoas falam do Rio de Janeiro, que é perigoso, mas o policiamento nem se compara com o que tem aqui em Alagoas”, afirmou o turista carioca identificado como Alan.

A recém-casada Marcelle disse que a informação vinda dos agentes foi de que um bandido perigoso estava na delegacia, por isso a mesma se encontrava fechada.

“Não sei se foi o policial ou o delegado responsável que não podia atender a gente porque tinha um preso lá dentro. Ou seja, nem dentro da delegacia era seguro? A gente poderia a qualquer momento ser abordado por um bandido? A gente já tinha acabado de passar por um desespero e tem outra notícia para desesperar nosso coração”, lamentou o turista.

“Eles disseram para ficarmos próximo ao ônibus para não correr o risco de sermos mantidos reféns, porque tinha um carro fazendo ronda na região. Isso é um absurdo”, contou Alan.

Outro passageiro, identificado como Antônio, disse que há anos faz o mesmo percurso e os assaltos sempre acontecem mais em Alagoas.

“Nós chegamos a Alagoas, eu sempre faço esse trecho e sempre o relato é esse, acontece mais aqui nesse estado. Para minha surpresa, quando chegamos à Central de Flagrantes, o agente falou que a delegacia não foi aberta porque tem um bandido perigoso sob custódia. Mas isso não justifica. Tem alguma coisa errada, porque uma Central de Flagrantes, pelo menos na Bahia, funciona direito. Você chega a qualquer momento e é atendido. Mas, para minha surpresa, chegamos aqui e não fomos atendidos, esperamos mais de 1h”, desabafou o passageiro do ônibus interestadual.

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