A possibilidade de o presidente da República Jair Bolsonaro deixar o Partido Social Liberal (PSL) e fundar uma nova sigla é considerada remota pela liderança local do PSL. O presidente da legenda em Alagoas diz acreditar que o “casamento perfeito” com os bolsonaristas não será desfeito diante desta crise que parece não ter fim entre as lideranças. Flávio Moreno crê na pacificação e defende a reestruturação do partido.

Para que a disputa interna de forças acabe, o líder do PSL Alagoas avalia que um dos lados deve ceder e isto, segundo ele, já começou a acontecer. Bolsonaro, como cita, já declarou que espera o fim da guerra, e o partido no âmbito nacional contratou um gestor para iniciar uma reformulação no comando.

“Embora não descarte a chance de deixar o PSL, acredito que vai continuar o casamento entre Bolsonaro e o partido que o acolheu tão bem e continua sendo fiel ao governo em praticamente todos os projetos levados ao Congresso Nacional”, diz Moreno.

Questionado sobre o que pensa acerca da mudança no comando do PSL defendida por Bolsonaro, o presidente local analisa o caso com cautela. Ressalta que a pacificação seria o melhor caminho a ser trilhado pelas partes, mas revelou, também, que o processo de reestruturação da sigla nacionalmente é necessário atualmente.

“Quando tomamos conhecimento da possibilidade de se fundar um novo partido, decidimos intensificar as tentativas de pacificação. Entendemos que disputas internas em partidos são normais e o PSL cresceu muito com o Bolsonaro. Tinha um parlamentar e passou para 53 na última eleição. Destes, mais de 20 são novatos”, comenta.

Ele aproveitou para enaltecer a gestão atual no que se refere a melhorias nos indicadores econômicos e avaliou que o PSL deve crescer mais ainda se Bolsonaro permanecer na sigla. “Em Alagoas, por exemplo, defendemos Bolsonaro de maneira incondicional e não acreditamos que ele deixe o partido”, reforça.

Moreno diz que a legenda já estruturou mais de 50% dos diretórios municipais no interior de Alagoas, visando às eleições do ano que vem. Segundo ele, em muitos destes há, inclusive, pré-candidatos definidos para cargo majoritário (prefeito).

Durante entrevista em Abu Dabi, nessa segunda-feira, o presidente da República disse que, se romper com o PSL, poderá criar o Partido da Defesa Nacional (PDN). “Eu não teria dificuldade em criar um partido nesse sentido. Mas gostaria que fosse pacificado tudo (com o PSL)”.

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