Um homem acusado de vários crimes morreu em confronto com policiais, na manhã desta quarta-feira (27), durante a operação “Flash Back”, que cumpre mais de 100 mandados de busca e prisão nos estados de Alagoas, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, São Paulo, Tocantins e Sergipe.
A ação visa combater as ações da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

As primeiras informações dão conta que o homem, conhecido como “Maceió”, era acusado de envolvimento em pelo menos dez homicídios. Em Alagoas estão sendo cumpridos 66 mandados de prisão.

Os detalhes da “Operação Flash Back” serão repassados em coletiva de imprensa às 11h, no auditório Aqualtune, no Palácio República dos Palmares, no Centro de Maceió. Participam do encontro com a imprensa representantes do Ministério da Justiça, da cúpula da Segurança Pública de Alagoas, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Alagoas e do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC).

Após sete meses de investigação, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/AL), Ministério da Justiça, Ministério Público do Estado de Alagoas, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), a 17ª Vara Criminal da Capital, Batalhão de Operações Especiais (Bope) e a Secretaria de Ressocialização e Inserção Social (Seris), deflagraram a “Operação Flash Back”.

O Ministério Público do Estado de Alagoas atuou em cooperação com os Gaecos dos Ministérios Públicos dos Estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, São Paulo, Tocantins e Sergipe.

O objetivo do trabalho é combater o principal núcleo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), com base no Mato Grosso do Sul, de onde saem as ordens de justiçamento para todo Brasil, sob comando de um faccionado identificado como ‘Maré alta’. Segundo as investigações, este indivíduo compõe a atual liderança da facção, que substitui o fundador e líder, Marcos Willians Camacho, conhecido como ‘Marcola’ que atualmente está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Crimes bárbaros: a face violenta do PCC

A operação originária em Alagoas parte para o enfrentamento ao PCC não com o propósito de apreender armas e drogas, mas de isolar os líderes da nova estrutura, que tem como caraterística a truculência no ‘tribunal do crime’, com mortes bárbaras pelo Brasil, inclusive em Alagoas, com maiores registros em Maceió e região Metropolitana. De acordo com as investigações, o ‘tribunal do crime’ é formado pelos que detém maior poder ou funções privativas dentro da facção.

Uma das características do PCC é a frieza com a qual determinam a forma de execução das suas vítimas, incluindo jovens inocentes e membros da própria facção, tidos como desobedientes, quase sempre narrando para elas como será o passo a passo da morte. Durante as execuções, os criminosos costumam fazer contato com o líder que deu a sentença e transmitir, por meio de vídeos, para provocar ‘prazer’ e reforçar sua autoridade, bem como ganhar prestígio dentro da facção.

Cerca de mil policiais são mobilizados

Para garantir o cumprimento de todos os mandados de prisão e demais trâmites cartorários, cerca de mil policiais civis e militares de Alagoas e de outros estados foram empregados na operação. Aqui no estado, participam equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Radiopatrulha (BPRp), Batalhão de Trânsito (BPTRan), Batalhão Rodoviário (BPRv), os 3º, 5º, 6º, 7º e 11º Batalhões, 3ª e 4ª Companhias Independentes, Grupamento Aéreo, Delegacia Regional de Arapiraca, Divisão Especial de Investigações e Capturas (DEIC), Tigre, Asfixia e Operação Policial Integrada Litorânea (Oplit).

Fonte: Tribuna Hoje